Bolsonaro: auxílio voltou a ser discutido

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro admitiu ontem que um novo auxílio emergencial voltou a ser discutido, mas advertiu que “não há dinheiro no cofre” e qualquer pagamento será feito com endividamento do governo.
“A arrecadação esteve praticamente equivalente nos municípios tendo em vista o auxílio emergencial, que volta a ser discutido e que eu falo: não é dinheiro que eu tenho no cofre, é endividamento. Isso é terrível também. A economia tem que pegar. Temos que voltar a trabalhar”, disse o presidente durante um encontro com prefeitos no Ministério da Educação.
O vídeo do encontro foi divulgado nas redes sociais de um dos participantes do evento.
Por pressão do Congresso, o governo admitiu discutir uma nova versão do auxílio emergencial pago até dezembro aos vulneráveis afetados pelos impactos da pandemia de Covid-19. O novo modelo seria menor, com apenas três parcelas de R$ 200 e pago apenas para pessoas que já tiveram auxílio, estão desempregadas e não recebem o Bolsa Família.
O governo agora busca uma forma de bancar o auxílio sem furar a regra do teto de gastos ou criar uma alternativa legal, como estado de emergência, que permita o governo quebrar a regra.
Convencido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que o governo não tinha condições de manter o auxílio, Bolsonaro havia afirmado várias vezes que o governo não renovaria o benefício. No entanto, a pressão do Congresso aumentou significativamente com o repique da epidemia de Covid-19 e os dados que mostram que a maioria das pessoas que perderam o auxílio não conseguiu uma nova forma de renda.
A pressão aumentou ainda quando os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), colocaram a volta do auxílio como uma das prioridades das duas Casas neste primeiro semestre.
Guedes – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que o País não pode deixar o custo do enfrentamento à crise da pandemia da Covid-19 para as próximas gerações e destacou que tanto o Executivo como o Congresso entendem que precisam atuar com sensibilidade social e responsabilidade fiscal nessa questão.
“Se nós estamos em guerra com o vírus, nós temos que arcar com essa guerra e não simplesmente empurrar irresponsavelmente para as gerações futuras”, disse Guedes em rápida fala a jornalistas na porta do ministério.
“Então esse compromisso de sensibilidade social de um lado e responsabilidade fiscal por outro é justamente a marca de um Congresso reformista, de um presidente determinado e das lideranças políticas construtivas que nós temos hoje no Brasil.”
Guedes ressaltou que os novos presidentes da Câmara e do Senado – deputado Arthur Lira (PP-AL) e senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – já disseram “claramente” que a crise tem que ser enfrentada com responsabilidade fiscal.
Os comentários de Guedes vêm em meio a uma pressão crescente no Congresso para que o governo aprove quanto antes o pagamento de novas parcelas de auxílio emergencial a vulneráveis, ainda que a um valor menor do que os R$ 600 pagos no ano passado.
Na segunda-feira, Pacheco disse que a adoção do auxílio não pode ser condicionada à votação de propostas que compõem o chamado “protocolo fiscal” do governo e falou em uma reação “mais imediata” por parte do governo. (Reuters)
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