Política

Bolsonaro diz que fome no Brasil é “grande mentira”

Bolsonaro diz que fome no Brasil é “grande mentira”
Crédito: Alan Santos/PR

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro classificou na sexta-feira (19), durante café da manhã com a imprensa estrangeira, como uma “grande mentira” a ideia de que existem pessoas que passam fome no Brasil, ao mesmo tempo que disse concordar com a avaliação de que alguns brasileiros comem mal.

A declaração, que surpreendeu jornalistas de meios estrangeiros, foi uma resposta do presidente a uma pergunta sobre o aumento da desigualdade social no Brasil.

“Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não”, defendeu.

Bolsonaro acrescentou que não se vê no País, mesmo entre as pessoas mais pobres, “gente pelas ruas com físico esquelético como se vê em outros países do mundo”.

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Dados do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação apontaram que, em 2017, 5,2 milhões de pessoas passavam fome no Brasil, número ligeiramente maior do que os de 2014, indicando que 5,1 milhões de pessoas estariam nessa condição. Para a FAO, o combate à fome no País está estagnado.

Após a declaração à imprensa estrangeira, Bolsonaro voltou ao tema ao falar com jornalistas depois de cerimônia em Brasília, e adotou tom mais ameno. Ao mesmo tempo que reiterou que o brasileiro come mal, admitiu que “alguns passam fome”, e classificou essa situação como “inaceitável”.

“O brasileiro come mal, alguns passam fome, mas é inaceitável em um país tão rico como o nosso, com terras agricultáveis, água em abundância”, disse o presidente.

“Falei também nas questões das PCHs (pequenas centrais hidrelétricas). Você leva 10 anos para conseguir uma licença e qualquer hectare de água produz de 10 a 15 toneladas de tilápia por ano. Então o País, aqui a gente não sabe por que uma pequena parte passa fome e outros passam mal ainda”, afirmou.

Embaixada – Bolsonaro reafirmou que indicará o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho, para ser embaixador nos Estados Unidos e rebateu as críticas de nepotismo ou despreparado de Eduardo alegando que não cometeria um crime ou enviaria alguém sem competência para Washington.

“É só consultar a súmula do STF (Supremo Tribunal Federal). Alguém acha que eu iria cometer um crime?”, disse ao ser perguntado sobre o que diria aos que o acusam de nepotismo.

“Qualquer coisa que não der certo vai cair no meu colo. Eu não seria irresponsável de indicar um filho meu sem competência para uma função tão importante quanto essa”, continuou.

O presidente confirmou que apenas espera a resposta do governo norte-americano sobre se aceita ou não Eduardo como embaixador para então enviar a mensagem ao Congresso com a indicação.

O governo prepara ainda o documento para ser enviado aos Estados Unidos para consultas sobre a indicação de Eduardo. No entanto, o aceite é dado como certo. A estimativa é que o processo leve ainda um mês.

Uma fonte palaciana contou à Reuters que consultas informais foram feitas ainda durante a viagem de Bolsonaro a Washington, em março deste ano, em que Eduardo acompanhou o pai e chegou a participar da reunião privada com o presidente Donald Trump. À época, o deputado ainda não tinha completado 35 anos, idade mínima para ocupar o posto de embaixador.

A revelação de que o presidente pretendia indicar o filho para o cargo foi feita apenas na semana passada, um dia depois de Eduardo completar 35 anos. A medida tem causado polêmica, com críticas mesmo entre apoiadores de Bolsonaro, mas o presidente já afirmou que não se importa com um possível desgaste gerado pela decisão. (Reuters)

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