Bolsonaro fala em ampliar exportações para a Rússia

Rio – O presidente Jair Bolsonaro afirmou na sexta-feira que o Brasil trabalha para potencializar as exportações de alimentos para a Rússia e demais países da região da Eurásia, em participação por vídeo em fórum econômico organizado pelo presidente russo, Vladimir Putin.
“Nos próximos anos, o Brasil deve consolidar-se como o maior produtor de alimentos… Trabalhamos para potencializar nossas importações de alimentos para o mercado russo e de outros países da região”, disse Bolsonaro, durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.
O presidente lembrou que o Brasil é o principal importador de fertilizantes da Rússia e citou a “complementaridade saudável para ambos os lados” na cadeia de valor do agronegócio, defendendo que o comércio entre os dois países avança em áreas como tecnologia, defesa, espaço e energia e saúde.
“O comércio entre Brasil e Rússia pode e deve incorporar o alto grau de desenvolvimento de nossas economias, de modo a abranger produtos de maior valor agregado em proporções crescentes”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, o fórum de São Petersburgo é uma oportunidade para se discutir maneiras de se abordar “a tripla urgência de reconstruir a saúde, a economia e a sustentabilidade globais”.
CPI – Na véspera, Bolsonaro minimizou os impactos da CPI da Covid do Senado por considerar que não apura desvios de recursos, mas apenas a sua conduta em relação à pandemia, atacou dirigentes da comissão e voltou a defender medicação sem comprovação científica para o tratamento contra o coronavírus, sem citar o nome.
“O pessoal acha que com CPI vai derrubar um presidente. Derrubar por quê? Estão apurando desvio de recurso? Não, né. Até porque o próprio Renan falou que essa CPI não será usada para apurar desvio de recurso. Está apurando o quê? Se eu estou usando máscara ou não?”, questionou o presidente, na tradicional live de quinta-feira, referindo-se ao relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Renan, e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), assim como o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e outros integrantes da comissão críticos ao governo, como o senador Otto Alencar (PSD-BA), foram alvos nominalmente mencionados por Bolsonaro, que chegou a referir-se ao relator como uma “figura desqualificada”.
O presidente aproveitou para fazer a defesa de remédio que, embora não tenha eficácia comprovada – há infectologistas que já falam em ineficácia comprovada – para o tratamento contra a Covid-19, tem dividido opiniões no meio político e provocado fortes embates na CPI. Bolsonaro chegou a chamar de “canalhas” as pessoas que não defendem o “tratamento imediato”.
“Eu não politizei isso aí. Quem politizou é o outro lado. Quem diz para não tomar e não dá alternativas são eles”, acusou.
A CPI deve ouvir na próxima terça-feira (8), pela segunda vez, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Na quarta, é a vez do depoimento do ex-secretario-executivo da pasta Elcio Franco, enquanto na quinta senadores devem ouvir o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), que teve seu depoimento antecipado após operação da Polícia Federal. (Reuters)
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