Política

Bolsonaro faz discurso a manifestantes quase 40 dias após eleições

Presidente afirmou que "tudo dará certo no momento oportuno"
Bolsonaro faz discurso a manifestantes quase 40 dias após eleições
A declaração de Bolsonaro, que estava praticamente recluso há quase 40 dias, ocorreu a dois dias da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) | Crédito: REUTERS/Adriano Machado

Brasília – Em sua primeira aparição a apoiadores após a derrota nas eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um discurso dúbio na sexta-feira (9) em que afirmou que as Forças Armadas devem lealdade ao “nosso povo” e respeito à Constituição, que nunca saiu das “quatro linhas”, ressaltando que “tudo dará certo no momento oportuno”.

A declaração de Bolsonaro, que estava praticamente recluso há quase 40 dias, ocorreu a dois dias da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ministros – Na sexta-feira (9), Lula anunciou cinco dos principais ministros do seu governo, que toma posse em 1º de janeiro, entre eles o titular da Defesa, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União e ex-deputado federal José Múcio Monteiro. Múcio já indicou a Lula os nomes para comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.

“Quem decide para onde eu vou são vocês; quem decide para onde as Forças Armadas vão são vocês; quem decide para onde o Congresso vai são vocês”, disse Bolsonaro aos apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada.

Para o presidente, “nada está perdido” e que é preciso fazer a coisa certa. “Diferentemente de outras pessoas, vamos vencer”, disse. “Não é fácil você enfrentar todo um sistema”, ressaltou, repetindo o discurso que ficou conhecido desde que chegou ao Palácio do Planalto em 2018.

Bolsonaro repetiu que as Forças Armadas são o último obstáculo ao socialismo. “As Forças Armadas estão unidas, devem lealdade ao nosso povo e devem respeito à Constituição e são responsáveis por nossa liberdade”, destacou.

Ante a manifestações golpistas de “eu autorizo” de apoiadores, que supostamente sugeririam uma ilegal intervenção militar que seria determinada pelo presidente da República, Bolsonaro não desautorizou a fala. “Não é ‘eu autorizo’ não, é o que ‘eu posso fazer por essa pátria’. Sou exatamente igual a vocês”, disse ele, ao acrescentar que está calado há praticamente 40 dias e isso “dói na alma”.

Em uma espécie de aval indireto a manifestações golpistas que ocorrem em frente a quartéis que cobram intervenção militar, Bolsonaro disse que há pessoas se manifestando “de acordo com as nossas leis” e que são “cidadãos de bem”. “Se Deus quiser, tudo dará certo no momento oportuno”, destacou.

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