Brasil vai manter suspensão de exportação de material de defesa a Israel, diz Lula na ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o Brasil vai manter a suspensão da venda de materiais de Defesa para Israel e controlar importações israelenses para que não venham de áreas de assentamentos ilegais.
“O Brasil se compromete a reforçar o controle sobre importações de assentamentos ilegais na Cisjordânia e manter suspensas as exportações de material de defesa, inclusive de uso dual, que possam ser usadas em crimes contra a humanidade e genocídio”, disse o presidente.
A declaração foi feita durante Conferência de Alto Nível sobre a Palestina, chamada pela França para discutir a situação da Palestina.
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou o reconhecimento do Estado Palestino em seu discurso nesta segunda e no domingo, em uma ação coordenada, Reino Unido, Austrália, Canadá e Portugal também fizeram o anúncio.
O Brasil reconheceu o Estado Palestino em 2010, ainda antes da Assembleia Geral da ONU, que o fez em 2012. Hoje, cerca de 140 países reconhecem a Palestina.
“Um Estado se assenta sobre três pilares: o território, a população e o governo. Todos têm sido sistematicamente solapados no caso palestino”, disse Lula.
“Como apontou a Comissão de Inquérito sobre os Territórios Palestinos Ocupados, não há palavra mais apropriada para descrever o que está ocorrendo em Gaza do que genocídio.
O Brasil defende historicamente a chamada solução de dois Estados, com a criação de Israel e também um Estado palestino, movimento que vem crescendo desde os ataques de Israel à Faixa de Gaza, mas não é aceito pelo governo de Benjamin Netanyahu.
“Os atos terroristas cometidos pelo Hamas são inaceitáveis. O Brasil foi enfático ao condená-los. Mas o direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis”, afirmou Lula.
“O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Tanto Israel, quanto a Palestina têm o direito de existir. Trabalhar para efetivar o Estado palestino é corrigir uma assimetria que compromete o diálogo e obstrui a paz.”
(Conteúdo distribuído por Reuters)
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