Política

Carlos Viana disputará o Governo de Minas pelo PL

Carlos Viana disputará o Governo de Minas pelo PL
Viana dividirá o palanque com Marcelo Álvaro Antonio e Bolsonaro | Crédito: Reprodução / Twitter

O senador Carlos Viana (MG) anunciou na sexta-feira (1º) pré-candidatura ao governo de Minas Gerais pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Viana estava filiado ao MDB. O prazo para troca de legendas para quem vai disputar as eleições 2022 se encerra neste sábado (2).

O anúncio foi feito por Viana nas redes sociais com foto em que aparecem Bolsonaro, o senador e o deputado federal Marcelo Álvaro Antonio (PL-MG), apontado no comunicado como pré-candidato ao Senado na chapa.

A união abre palanque dentro do próprio PL à reeleição de Bolsonaro no segundo maior colégio eleitoral do País.

O anúncio não fala sobre quem ocupará a vaga de vice. Viana se junta a outros dois pré-candidatos ao governo do estado. O governador Romeu Zema (Novo), que disputará a reeleição, e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).

Também na sexta-feira, também pelas redes sociais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), postou foto em que aparece com Kalil, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PV), e o também senador Alexandre Silveira (PSD).

Todos tratados como pré-candidatos. “Recebi, hoje, em Brasília, a visita dos colegas do PSD, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e o senador Alexandre Silveira, acompanhados do presidente da Assembleia Legislativa de Minas, deputado Agostinho Patrus (PV-MG)”, escreveu, na postagem.

“A eles, pré-candidatos nas próximas eleições, caberá a missão principal de apresentar um grande projeto para Minas”, acrescentou. A composição da chapa é Kalil como candidato ao governo, Patrus como vice e Silveira para o Senado.

O anúncio acontece no mesmo dia em que o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, deixou Belo Horizonte depois de dois dias na cidade. Um dos encontros que Siqueira teve na Capital no período foi com o Kalil. O presidente do PSB tentou atrair o ex-prefeito para a legenda.

“Estive com ele. Se quiser mudar, pode mudar”, afirmou. Siqueira disse, no entanto, que até o momento, o ex-prefeito de Belo Horizonte não demonstrou desejar a mudança de sigla. A reportagem conversou com Siqueira às 10h. A postagem de Pacheco ocorreu às 15h47.

A possibilidade de um palanque com o PL esfria ainda mais a relação do presidente com o governador Zema, que chegou a pedir voto para o então candidato Bolsonaro nas eleições de 2018 ao final de um debate entre concorrentes ao governo de Minas na televisão.

O pedido foi feito por Zema mesmo com seu partido tendo à época João Amoêdo como candidato à presidência, o que causou mal-estar dentro da legenda. Zema é o único governador do Novo no País.

Insatisfação

O governador, no entanto, já vinha dando sinais de insatisfação em relação ao governo federal. O mais claro deles ocorreu ao longo da escalada dos preços dos combustíveis, em agosto de 2021.

Bolsonaro tentou jogar a alta no colo dos governadores, afirmando que a elevação nos preços ocorria por causa da alíquota do ICMS, cobrado pelos estados. Em uma série de dez posts nas redes sociais, o governador de Minas rebateu as afirmações do presidente.

Antes, em março de 2021, como prova de alinhamento ao Palácio do Planalto, Zema chegou a não assinar carta emitida por governadores cobrando o governo federal a aquisição de mais vacinas contra a Covid-19.

O ex-secretário-geral do governo Zema, Mateus Simões (Novo), que será o coordenador político da campanha do governador pela reeleição, disse que nunca houve compromisso com o presidente Bolsonaro pela reeleição. “Caminhamos com cordialidade, mas nunca houve conversa sobre isso”, afirmou.

Segundo Simões, que pode ser vice de Zema na chapa, o governador pretende se unir a um candidato da chamada terceira via ao Palácio do Planalto.

O ex-secretário avaliou haver possibilidade de que a disputa não fique polarizada entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como é o quadro no momento. “Tenho a convicção que teremos alguém da terceira via”, declarou.

Moro afirma que não será candidato a deputado

São Paulo – O ex-juiz Sergio Moro afirmou na sexta-feira (1º) que não se filiou à União Brasil para ser candidato a deputado federal. Ele afirmou que saiu do Podemos e entrou no novo partido para ajudar a unificação do centro democrático.

“Eu não desisti de nada, muito pelo contrário, muito menos do meu sonho de mudar o Brasil”, disse.

Na quinta-feira (31), Moro disse abrir mão, “nesse momento”, de sua pré-candidatura à Presidência após ter decidido sair do Podemos e assinado ficha de filiação à União Brasil em São Paulo.

“O Brasil precisa de uma alternativa que livre o País dos extremos, da instabilidade e da radicalização. Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única”, escreveu.

“A troca de legenda foi comunicada à direção do Podemos, a quem agradeço todo o apoio. Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor”, completou.

O anúncio de Moro ocorreu após ele ser pressionado por ala do partido a dizer publicamente que abriria mão da candidatura. O ex-juiz chegou a redigir uma primeira nota informando a respeito da filiação no partido, mas que não mencionava a desistência na corrida pelo Palácio do Planalto.

Esse primeiro documento chegou às mãos de integrantes da ala do partido que resiste ao ex-ministro, capitaneada pelo secretário-geral do partido, ACM Neto (BA). Insatisfeito com o teor do texto, o grupo decidiu divulgar posicionamento com veto à candidatura presidencial do ex-ministro.

Após a divulgação da nota, Moro mudou de posição e resolveu anunciar a retirada “nesse momento” de seu nome na disputa pela Presidência da República.

Embora o recuo seja lido como definitivo por alguns dirigentes da União Brasil, aliados de Moro admitem, sob reserva, que ele não desistiu por completo do plano de se candidatar ao Planalto.

A declaração do ex-ministro foi dada, então, como forma de driblar as resistências internas e evitar, por ora, um questionamento à sua filiação.

Impugnação -O secretário-geral da União Brasil, ACM Neto, e outros oito dirigentes do partido afirmaram que vão entrar com um pedido para invalidar a filiação do ex-juiz Sergio Moro.

“Vamos apresentar, ainda hoje (sexta), um requerimento de impugnação da filiação dele. Será assinado pelos oito membros com direito a voto no partido, o que corresponde a 49% do colegiado. A filiação, uma vez impugnada, requer 60% para ter validade”, disse Neto.

Segundo integrantes da União Brasil, o estatuto da sigla determina que toda decisão deve ser colegiada e precisa de pelo menos 60% da executiva nacional para ser referendada. (Folhapress)

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