Política

Comissão do Senado conclui aprovação da desoneração da folha até 2027

O projeto já havia sido aprovado pela comissão na última terça (13), mas passou por nova rodada de votação
Comissão do Senado conclui aprovação da desoneração da folha até 2027
Plenário do Senado | Crédito: REUTERS/Adriano Machado

Brasília – A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou nesta terça-feira (20), em votação suplementar, o projeto de lei que prorroga até o fim de 2027 a desoneração da folha de salários para empresas de 17 setores da economia.

Como a decisão teve caráter terminativo, não há necessidade de apreciação no plenário do Senado e o texto pode seguir para a Câmara dos Deputados. No entanto, o projeto pode ser analisado pelo plenário caso um recurso com esse objetivo seja apresentado por nove senadores em até cinco dias úteis após a votação na comissão.

O projeto já havia sido aprovado pela comissão na última terça (13), mas passou por nova rodada de votação porque o relator, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), alterou substancialmente o conteúdo da proposta original. Na nova deliberação, as mudanças sugeridas pelo senador Magno Malta (PL-ES) foram rejeitadas.

A decisão representa um revés para o Ministério da Fazenda, que preferia uma discussão ligada à reforma tributária. A pasta é comandada por Fernando Haddad.

A desoneração da folha começou no governo Dilma Rousseff (PT), em 2011, e teve sucessivas prorrogações. A medida permite que os setores desonerados paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência Social e outras contribuições.

Para compensar a prorrogação da desoneração, o projeto também estende, pelo mesmo período, o aumento de 1% na alíquota da Cofins-Importação -pela lei atual só vai até dezembro.

Os 17 segmentos contemplados pelo projeto da desoneração da folha são calçados, call center, comunicação, confecção e vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carrocerias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação, tecnologia de comunicação, projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.

O projeto aprovado também prevê a redução da contribuição previdenciária paga por municípios com até 142,6 mil habitantes, dos atuais 20% para 8%.

O argumento do senador Angelo Coronel é que as prefeituras menores têm poucas receitas próprias e recebem repasses menores do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), acumulando dívidas com a Previdência Social. De acordo com Coronel, a medida pode beneficiar 3.000 municípios, que concentram 40% da população brasileira.

Grande parte dos pequenos municípios têm seus servidores ligados ao INSS, diante da ausência de um regime próprio de Previdência (os chamados RPPS).

Como mostrou a Folha, na avaliação da pasta econômica, além do impacto bilionário, a aprovação do artigo cria uma disparidade ante municípios que têm seus próprios RPPS e hoje pagam alíquotas até maiores do que 20% sobre a folha. (Por Nathalia Garcia)

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