Política

Congresso mantém compensação aos estados

Medida que visa mitigar os efeitos da perda de arrecadação de ICMS sobre os combustíveis foi vetada por Bolsonaro
Congresso mantém compensação aos estados
Crédito: REUTERS/Adriano Machado

Brasília – O Congresso Nacional derrubou ontem vetos do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de lei que limita impostos sobre combustíveis e restabeleceu dispositivos que preveem compensação aos estados pela perda de arrecadação.

Por outro lado, não houve acordo referente ao veto sobre o dispositivo que buscava garantir a recomposição de verbas para saúde e educação em caso de prejuízo a essas áreas devido à perda de arrecadação. Esse item será votado de maneira separada em sessão após o fim do recesso parlamentar.

Articulado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o projeto de lei era uma das apostas do governo federal para reduzir o preço dos combustíveis.

O projeto de lei aprovado por deputados e senadores prevê o estabelecimento de um teto de 17% para o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) que incide sobre combustíveis, energia, telecomunicações e transportes. A limitação tributária seria possível, pois esses itens passam a ser considerados essenciais.

Após a sanção do projeto, diversos estados já reduziram suas alíquotas e houve redução do preço aplicado nas bombas de combustíveis.

Jair Bolsonaro sancionou o projeto, mas por outro lado vetou itens que previam compensação a estados e municípios.

Durante a sua tramitação, os parlamentares incluíram dispositivo que prevê um “gatilho” que permite aos estados abater dívidas com a União, caso as medidas previstas na proposta levem a uma queda maior que 5% na arrecadação total com o ICMS.

Bolsonaro manteve esse mecanismo, mas por outro lado vetou todos os dispositivos que tratavam dessa compensação e da forma como ela se daria. E esses foram os itens cujos vetos foram derrubados pelos deputados e senadores na sessão do Congresso Nacional.

Com isso, ficam retomados os dispositivos que preveem, por exemplo, que o total das perdas de arrecadação de ICMS dos estados iria compor o saldo a ser deduzido pela União.

Apropriação da Cfem – Outro dispositivo que foi restabelecido prevê que estados sem dívidas com União e que registram perdas de arrecadação por causa da limitação do ICMS poderão ter a compensação feita no exercício de 2023 por meio da apropriação da parcela da União relativa ao Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), até o limite da perda. (Daniela Brant e Renato Machado)

Emenda que cria benefícios é promulgada

Brasília – O presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), promulgou ontem a Emenda Constitucional dos Benefícios com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), que conta com a medida como um instrumento que pode ajudar em sua tentativa de reeleição.

Aprovada na Câmara na quarta-feira, a Proposta de Emenda à Constituição, também chamada de “PEC kamikaze” e “PEC da reeleição” por críticos, amplia em R$ 200 o Auxílio Emergencial, que passa a R$ 600, e dobra o valor ofertado como Auxílio Gás.

Com um impacto fiscal estimado de R$ 41,25 bilhões, a PEC cria também, a partir da instituição do estado de emergência, um auxílio de R$ 1 mil mensais destinado a transportadores autônomos de carga, apelidado de “voucher-caminhoneiro”. Além disso, a proposta prevê um benefício mensal voltado a taxistas — até o limite orçamentário de R$ 2 bilhões.

Bolsonaro, que foi ao Maranhão nesta quinta, fez questão de participar pessoalmente da solenidade de promulgação da emenda. Acompanhado de aliados, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ele foi a pé do Palácio do Planalto até a solenidade. Passou pelo gabinete de Pacheco e depois foi para o plenário do Senado, onde ocorreu o ato.

Em seu discurso, de improviso, durante a cerimônia, o presidente exaltou o Congresso por buscar alternativas “realmente saudáveis e bastante úteis” para a população, como a elevação do Auxílio Brasil.

Bolsonaro fez um rápido retrospecto das ações do seu governo e destacou estar tomando medidas juntamente com o Parlamento para reduzir a inflação, citando a aprovação do teto do ICMS sobre produtos essenciais, como combustíveis. (Reuters)

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