Política

Em Minas, Lula diz que não manterá o teto de gastos

Em Minas, Lula diz que não manterá o teto de gastos
Crédito: REUTERS/Carla Carniel

Brasília – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro, garantiu ontem que não manterá o teto de gastos se for eleito, ao mesmo tempo que afirmou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) melhorará a relação com a dívida pública.

“Eu posso contar uma coisa para vocês: não haverá teto de gastos no nosso governo. Não que eu vá ser irresponsável, ser irresponsável para endividar o futuro da nação. É que nós vamos ter que gastar naquilo que é necessário na produção de ativos produtivos, ativos rentáveis, e a educação é um ativo rentável, é aquilo que dá o retorno mais rápido, para que a gente produzir”, disse o ex-presidente durante encontro com reitores das universidades federais em Juiz de Fora (Zona da Mata).

Lula tem defendido que, para garantir a responsabilidade fiscal, não é necessário a manutenção do teto, incluído na Constituição por emenda aprovada no governo Michel Temer e que limita o crescimento das despesas à inflação. O petista argumenta que, durante seus dois mandatos na Presidência, não havia teto de gastos e não houve déficit.

“Quem vai derrubar o gasto em relação ao PIB é o crescimento econômico, não é o corte orçamentário. Basta a economia crescer que vai derrubar a diferença”, disse, afirmando ainda que antes de seu governo o país não tinha reservas cambiais. “Nós deixamos as maiores reservas internacionais da história, o que está salvando esse País agora.”

Para alterar ou revogar o teto de gastos é necessária uma nova alteração constitucional, que para ser aprovada precisa de três quintos dos votos dos deputados e dos senadores em dois turnos em cada uma das Casas legislativas.

Para Lula, o teto limita a capacidade de investimento do Estado.

Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro, que ocupa a segunda colocação nas pesquisas, afirmou que pretende discutir, após as eleições, uma alteração da emenda constitucional que criou o teto de gastos com o objetivo de permitir o uso de recursos para obras de infraestrutura em caso de excesso de arrecadação de impostos.

Pesquisa – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa pela Presidência da República na eleição deste ano e tem agora 17 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, mostrou pesquisa Genial/Quaest divulgada ontem.

De acordo com o levantamento, Lula tem 46% da preferência do eleitorado, contra 45% na pesquisa anterior realizada em abril, ao passo que Bolsonaro soma 29%, ante os 31% que tinha na pesquisa anterior.

Ciro Gomes (PDT) tem 7%, o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) soma 3%, mesmo percentual do deputado federal André Janones (Avante-MG). A senadora Simone Tebet (MDB-MS) e Felipe D’Ávila (Novo) têm 1% cada.

Pelos dados da pesquisa, Lula tem um percentual superior à soma dos demais adversários, embora a diferença esteja dentro da margem de erro. Se obtiver mais votos que a soma dos rivais no dia 2 de outubro, o petista se elege em primeiro turno.

No cenário mais provável de um eventual segundo turno apontado pela pesquisa, entre Lula e Bolsonaro, o petista venceria por 54% a 34%. Na sondagem anterior, o placar favorável a Lula era de 55% a 34%. 

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