Política

Ex-governador avalia que o quadro para as eleições 2022 ainda vai mudar

Ex-governador avalia que o quadro para as eleições 2022 ainda vai mudar
Crédito: Divulgação

“A política é a arte da conciliação e é fundamental para uma sociedade desigual como a nossa. Acreditar na democracia significa acreditar também na política.” A afirmação, do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo, reflete as posições do político no amadurecimento ao longo de sua vida pública. 

Em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, Eduardo Azeredo fez análises dos cenários político e econômico estadual e nacional, principalmente à luz do período eleitoral de 2022 que já se aproxima. Durante a conversa, o político reiterou que o futuro político brasileiro não pode estar baseado em uma visão imediata e populista que, segundo ele, tem prevalecido como caminho mais fácil. 

Considerando a perspectiva do senhor enquanto ex-chefe do Executivo estadual e a aproximação das eleições para o Governo de Minas Gerais e também para o governo federal, o que podemos esperar para 2022? 

Estamos ainda a um ano da eleição. E toda eleição tem esse período de imaginação, esse período de especulação. E eu acho que nós ainda vamos ter muitas discussões. Nós temos um primeiro passo que é março, que é quando os partidos receberão novos parlamentares, novos políticos, o prazo de filiação, e depois nós vemos, tradicionalmente, as convenções e até o início da campanha pela imprensa. E eu acho que vai mudar muito ainda. Não me agrada o quadro atual. Eu acho que dois extremos não são bons para o Brasil. 

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E a nível estadual?

A nível estadual, eu vejo uma situação um pouco diferente, porque os dois nomes são nomes que têm se saído bem: tanto o governador (Romeu Zema) quanto o (prefeito) Alexandre Kalil. Nós temos que ver o que eles vão propor, quais são as alianças, quais são os planos, porque Minas Gerais precisa de empresas fortes. É importante ter privatizações, mas é importante que a Cemig e a Copasa continuem como empresas fortes ou então sejam vendidas. Elas não podem ficar em um limbo, e hoje, infelizmente, as duas estão em uma situação indefinida. 

Na semana passada, o Governo de Minas anunciou a atração de investimentos recordes de negócios. De 1995 para cá, quando o senhor defendia um acordo a nível nacional para evitar a chamada “guerra fiscal” entre os estados, tivemos mudanças significativas ou atualmente seguimos com a disputa entre os entes federativos para a aproximação de novos negócios? 

Acho que nada mudou. As pessoas não conseguem entender e não é fácil entender, por exemplo, por que as locadoras pagam um IPVA menor do que um proprietário individual. Mas é uma guerra fiscal, porque outros estados e outras cidades vão colocando condições melhores e, para não perder, o Estado de Minas tem que se igualar.  A guerra fiscal continua existindo, eu continuo achando que ela não é boa, ela (a guerra fiscal) acaba prejudicando a todos. Mas Minas Gerais continua sendo um estado com condições muito boas de atração de investimentos, o que nós precisamos é de um pouco mais de investimentos na área de infraestrutura, porque falta muito na questão da duplicação de rodovias. 

Para finalizarmos, vamos trazer uma análise sobre a conjuntura econômica atual, passando pela alta da inflação, da Selic e os próprios efeitos da pandemia sobre o Estado e no Brasil? 

Bom, vamos pelo cenário de Minas Gerais: nós temos uma tradição que tem que ser respeitada, que é a do minério, da extração mineral que dá nome ao Estado. E é possível fazer a extração com respeito ao meio ambiente. E isso tem um papel importante junto com a agroindústria, com a agricultura e pecuária mineira, que também é muito forte, e os serviços. O que nos falta é exatamente essa parte da infraestrutura.  Em relação à questão nacional, o que nós temos é que teremos um ano difícil, em 2022, com a inflação alta e com um câmbio muito prejudicial no dia a dia. Eu espero que melhore, porque parte disso é por questões mundiais relacionadas à volta da atividade econômica após a pandemia. 

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