Política

Fecomércio MG e Fiemg criticam veto de Lula à desoneração da folha de pagamento

Setor produtivo em Minas Gerais aponta que a reoneração é uma ameaça à manutenção de postos de trabalho
Fecomércio MG e Fiemg criticam veto de Lula à desoneração da folha de pagamento
Na avaliação de Nadim Donato, medida do governo não vai ajudar na redução do déficit público | Crédito: Jéssica Saraland/Fecomércio MG

O setor produtivo mineiro está insatisfeito com o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à desoneração da folha de pagamento. A Federação do Comércio, Bens e Serviços do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) alegam que o retorno da carga tributária na folha de pagamento ameaça a preservação de empregos, a estabilidade da inflação e prometem sensibilizar o Congresso Nacional para derrubar o veto presidencial.

O presidente da Fecomércio MG, Nadim Donato, vê com preocupação a decisão de Lula ao vetar a matéria sobre a folha de pagamento. Ele afirma que a desoneração possibilita que as empresas contribuam com alíquotas mais favoráveis sobre a receita bruta, o que é essencial para preservar empregos e a estabilidade econômica no Estado.

“Nossa inquietação central reside na ameaça iminente à existência de postos de trabalho nos setores contemplados, que desempenham um papel vital na economia. A mudança pode criar instabilidade, afetando as expectativas de mercado e gerando incertezas. Tal medida não alcançará as metas de redução do déficit público, podendo inclusive agravar a dinâmica econômica ao prejudicar os empregos formais e a arrecadação do governo federal”, comenta Donato.

Para o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, com a desoneração, o setor industrial se torna mais competitivo, sobretudo para a exportação, e retornar com os tributos na folha de pagamento penaliza as indústrias. “A desoneração é fundamental para mantermos a competitividade na indústria e a geração de empregos, principalmente em relação aos produtos importados isentos de impostos. Não podemos criar uma situação em que os setores que mais empregam hoje no Brasil sejam penalizados, por isso acredito que a desoneração é essencial para garantirmos um equilíbrio e o crescimento econômico do País”, declara Roscoe.

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O presidente da Fiemg ainda ressaltou que a prorrogação da medida contribui para a formalização do mercado de trabalho e para a redução das disparidades tributárias.

Pressão inflacionária

O presidente da Fecomércio MG considera crítico o repasse dos custos com o veto de Lula à desoneração da folha de pagamento. Segundo ele, isso irá pesar na oferta de bens e serviços. “Prevejo uma elevação nos preços de produtos e serviços, criando pressões inflacionárias em um momento em que o cenário aponta para a estabilidade dos preços”, explica Donato.

Nadim Donato aponta que a elevação dos tributos, sem reformas estruturais nos gastos do estado brasileiro, ameaça a sobrevivência das empresas do setor e pode afetar a economia como um todo. Por fim, ele revela que a entidade trabalhará para mobilizar a sociedade e o empresariado para sensibilizar o Congresso Nacional a derrubar o veto do presidente Lula à desoneração da folha de pagamento.

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