Política

Fiemg apresenta o Pacto de Minas ao governador Zema

Documento foi entregue ontem ao governador Romeu Zema (Novo) em cerimônia realizada na sede da Fiemg
Fiemg apresenta o Pacto de Minas ao governador  Zema
Zema recebeu um conjunto de propostas de Flávio Roscoe | Crédito: Sebastião Jacinto Júnior / Fiemg

Em busca de um ambiente de negócios mais favorável e de soluções para gargalos que impactam na competitividade e no desempenho do setor produtivo, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) entregou ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema, um conjunto de medidas, sugestões e projetos, levantados junto às indústrias e especialistas, que são necessários para o desenvolvimento do setor.

Nomeada de “Pacto por Minas”, a iniciativa é fruto de um estudo amplo realizado por cerca de um ano pela Fiemg, onde foram identificados os principais gargalos e avanços necessários para o desenvolvimento da cadeia produtiva e da economia do Estado. 

De acordo com o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, as iniciativas foram divididas em quatro principais eixos – capital humano, ambiente de negócios, infraestrutura e sustentabilidade. As medidas estratégicas propostas pela Fiemg permitirão o fortalecimento da indústria mineira e irão reduzir o “custo Brasil”, estimado, atualmente, em R$ 1,5 trilhão, o que equivale a 22% do PIB do País.

“O Pacto por Minas é uma iniciativa do setor produtivo. Entregamos ao Estado propostas que visam o desenvolvimento sustentável da nossa sociedade, ou seja, que façam com que nossa sociedade eleve seu patamar de desenvolvimento social, econômico e do meio ambiente”.

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Ainda segundo Roscoe, o estudo foi realizado por cerca de um ano, ouvindo boa parte da comunidade industrial e também os especialistas da Fiemg em diversas áreas como, por exemplo, educação, meio ambiente, tributário, energia, infraestrutura. Junto às câmaras e conselhos foram elaboradas as propostas entregues ao governo.

“O trabalho já está à disposição do governo para que ele estude as propostas e as possíveis aplicações dentro do Estado”. 

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, recebeu as propostas e disse que as secretarias irão avaliar as sugestões. Ele também ressaltou que a participação da iniciativa privada em sugestões que promovam o desenvolvimento econômico é essencial para a criação de políticas públicas.

“A participação do setor produtivo nas políticas públicas é de fundamental importância. Isso porque quem produz, muitas vezes, percebe muito mais o problema do que quem efetivamente está administrando. Nós estamos trabalhando para melhorar a vida dos mineiros e o setor produtivo é importantíssimo. Por isso, agradeço muito a contribuição”.  

Eixos

Entre os eixos, uma das principais se refere ao capital humano. Segundo os dados da Fiemg, há desafios em relação ao baixo nível educacional da população, de limitações nas habilidades da força de trabalho e um baixo nível de produtividade do trabalho. Por isso, é necessário avançar na educação. 

“É preciso avançar na capacitação e na qualificação. A formação é de fundamental  importância para o aumento da produtividade, para a competitividade no cenário mundial. A indústria compete com o mundo e a produtividade do Brasil representa apenas um quarto das produtividades dos Estados Unidos. Isso impede o crescimento sustentável e o desenvolvimento”, explicou o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.  

No caso da infraestrutura é necessário melhores condições de escoamento da produção e ampliação da conectividade, já que a indústria depende de vários players. O presidente da Fiemg explicou que a infraestrutura exerce papel fundamental no desenvolvimento econômico e social de uma região e de um País. 

“A infraestrutura é um grande gargalo do nosso Estado, que tem uma malha muito grande. O nosso Estado está na área central do Brasil e todo o Brasil passa por Minas Gerais. A infraestrutura é fundamental para que a indústria possa fazer as conectividades necessárias, já que a cadeia produtiva da indústria é uma cadeia complexa, é uma cadeia que depende de vários players em qualquer segmento. Então, infraestrutura para indústria é o ar, não só para a indústria, mas para  nossa sociedade”.

No que se refere à sustentabilidade é necessário avançar, por exemplo, em políticas de incentivo a energias renováveis e biocombustíveis. O estímulo às hidrelétricas, também é defendido pelo Fiemg.

“No passado, nós cometemos um grande equívoco ao demonizar, por exemplo, a indústria que produz energia hidrelétrica. Infelizmente, as hidrelétricas foram demonizadas no nosso Estado na década de 90 e a gente tornou as nossas políticas públicas não amistosas. Essa fonte de energia é altamente sustentável e eu acho que cabe o resgate”

Ainda segundo Roscoe, o Estado tem o maior potencial instalado elétrico no Brasil, tirando Itaipu que é do governo federal. “Nós temos um legado, para o Brasil, em termos de energias sustentáveis e a gente não pode perder isso. Nós ainda temos um potencial absurdo de energia hidrelétrica”, disse Roscoe.

A melhoria do ambiente de negócios também é um dos eixos considerados fundamentais para o avanço da indústria.

Segundo os dados da Fiemg, hoje, as regulações complicadas, barreiras de entrada no mercado, processos morosos e custos operacionais altos para as empresas tornam o ambiente de negócios menos atrativo e mais caro no Brasil em relação aos demais países, causando perda de competitividade no mercado global. Diante do gargalo, o estudo apontou, entre outras soluções, a necessidade de uma maior desburocratização dos processos. 

“Já foi feito um trabalho para a desburocratização e simplificação, mas ainda há trabalho a ser feito. O Estado tem que estar sempre cortando a burocracia, porque ela nasce, ela é da natureza do Estado. Então, focar na melhoria do ambiente de negócio é algo fundamental. Temos muitas sugestões para que a gente reduza o custo em Minas Gerais. Isso é importante para tornar o ambiente de negócio mais amistoso para quem quer investir, gerar renda, prosperidade e promover o desenvolvimento social”, disse Roscoe.

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