Governo ainda quer economia de R$ 1 trilhão

Nova York – Uma economia com a reforma da Previdência de R$ 600 bilhões a R$ 700 bilhões em uma década pode satisfazer os investidores, mas não o governo, que ainda mantém sua meta de R$ 1 trilhão com a proposta, afirmou o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida.
O Brasil também deve continuar cortando gastos públicos para ganhar no longo prazo, disse Mansueto, mesmo que isso tenha um efeito prejudicial de curto prazo sobre a economia, que segue lutando para ganhar força.
Os gastos previdenciários são, de longe, o maior obstáculo para as finanças do governo. No ano passado, eles representaram 44% do orçamento do governo federal e 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Sem a reforma, segundo o governo, os gastos subirão para 17% do PIB até 2060.
Questionado sobre o que representaria uma reforma previdenciária “forte”, Almeida disse que uma economia de R$ 400 bilhões seria “muito baixa” e que o consenso de mercado, de cerca de R$ 600 bilhões a R$ 700 bilhões, poderia ser aceitável para os investidores, mas não para ele.
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“A proposta que enviamos espera algo próximo de R$ 1 trilhão. Essa é a quantia certa, a melhor quantia. Mas vamos ver”, disse Mansueto à Reuters, em entrevista feita durante participação em uma conferência em Nova York.
A maior variável para uma matéria ganhar o aval do Congresso é a capacidade do governo de construir apoio político entre parlamentares que representam cerca de 30 partidos, disse Mansueto, admitindo que houve “alguns problemas” com a comunicação entre o governo e o Congresso.
A economia brasileira continua com dificuldade para ganhar tração após a recessão de 2015 e 2016, e dados econômicos divulgados até agora têm decepcionado neste ano. Na esteira dos economistas do setor privado, o governo e o Banco Central reduziram suas previsões de crescimento, mas isso não altera a necessidade de manter a disciplina fiscal, disse Mansueto.
“É claro que o crescimento mais lento impacta a receita, e isso pode trazer alguns problemas em termos de superávit primário”, afirmou o secretário do Tesouro.
“Não importa se a economia está crescendo mais rápido ou mais devagar, precisamos cortar gastos. Assim que a economia começar a crescer novamente, teremos a receita e poderemos aumentar o investimento novamente”, disse ele.
A regra do teto de gastos significa que o governo deve cortar os gastos públicos em dois pontos percentuais ao longo de um mandato de quatro anos. (Reuters)
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