Guedes promete crescimento econômico

Às vésperas do segundo turno das eleições e em tom de campanha, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu ontem a representantes de entidades de classes e membros de diferentes setores produtivos mineiros que, caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito, a economia brasileira vai continuar a crescer. A convite da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Guedes ministrou uma palestra intitulada “Perspectivas para o cenário econômico nacional” e falou sobre o plano econômico previsto para um eventual novo mandato do atual governo.
“Não tem nenhum ‘plano Guedes’, não tem nenhum plano secreto. Temos um plano que todo mundo conhece. O que estamos fazendo, vamos continuar a fazer”, disse o economista, logo após pedir à plateia que não acredite em fake news. O discurso se refere às especulações envolvendo o salário mínimo e o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que tomaram conta dos noticiários e das campanhas tanto de Bolsonaro quanto de seu oponente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nos últimos dias.
A informação é de que o plano previa desvincular o mínimo e as aposentadorias da inflação. O assunto repercutiu negativamente e causou mal estar entre os aliados de Bolsonaro. Desde então, o ministro tem cumprido intensa agenda Brasil afora. E na presença em Minas Gerais não seria diferente. Guedes elencou uma série de medidas e ações adotadas por sua equipe nos últimos quatro anos e garantiu que os reajustes vão superar a inflação.
“Se nós demos aumentos para salário mínimo, para aposentadorias, pensões e benefícios durante a tragédia e a guerra, agora que a pandemia foi embora nós vamos dar aumento acima da inflação”, afirmou.
Extinção do IPI
O ministro também negou que haverá aumento de impostos em um eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro e chegou a falar em extinção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), sob a alegação de que o tributo contribuiu para a perda de competitividade e desindustrialização do País nos últimos anos.
E defendeu o legado à frente do Ministério da Economia, citando reformas, medidas, controle da inflação e desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Ele ironizou projeções não confirmadas sobre a economia e disse que se Bolsonaro for reeleito, o Brasil acumulará dez anos de crescimento de 3,0% a 3,5%.
“Estamos crescendo mais que as sete maiores economias do mundo, incluindo a China. E apenas três países estão com inflação mais baixa que a nossa. O desemprego veio de 14,9% e já estamos com a taxa mais baixa dos últimos 15 a 20 anos, rumo aos 8%. O Brasil virou uma máquina de geração de emprego e nós criamos no fundo do poço até agora mais de 16 milhões de empregos. Estamos no caminho da prosperidade. Já crescemos 4,5% e vamos crescer 3% no ano que vem”, projetou.
Por fim, Guedes ressaltou que já são R$ 900 bilhões em investimentos contratados em setores como telecomunicações, mineração, petróleo, gás natural, saneamento e elétrico. “Estamos muito seguros de que estamos caminhando certo, de que o Brasil retomou a trajetória de crescimento sustentável. […] O Brasil é uma economia dinâmica e forte”, concluiu.
Valor do empreendedor
A presença do ministro em Minas Gerais é mais um capítulo da batalha por votos que Lula e Bolsonaro vêm travando em Minas Gerais. O Estado reúne o segundo maior eleitorado do País. Ao abrir o evento, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, disse que o ministro foi convidado para fazer um resumo do trabalho do governo federal e uma análise das perspectivas futuras. Em seu discurso, Roscoe disse que, nos últimos anos, havia uma mentalidade de que o empreendedor explorava a sociedade e que com o atual governo, esse discurso mudou.
“Nós empreendedores temos clamado pela melhora no ambiente de negócios. O governo tem resgatado o valor do empreendedor e mostrado que quem gera riqueza é o empreendedor, a produtividade, a inovação. Quem gera riqueza é a nossa ação coordenada em prol da sociedade e é muito importante que a gente continue com esse processo; O governador Zema pegou o estado falido, não aumentou um único imposto, não cedeu ao discurso fácil. Depois de quatro anos estamos colhendo os frutos dessa política. Somos duplamente felizes, porque temos um governo estadual e um federal com a mesma mentalidade”, disse.
Ouça a rádio de Minas