Política

Há mais de 30 mi de brasileiros acima dos 60

A população de idosos no Brasil cresceu 18% em cinco anos. Só entre 2012 e 2017, 4,8 milhões de pessoas entraram na terceira idade (60 anos ou mais). Atualmente, são mais de 30 milhões de brasileiros nessa faixa etária, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE. Com isso, o que mudou também foi a percepção sobre a velhice. Se antes essa fase da vida era vista como um período de desafios e cuidados, especialmente com a saúde, hoje, ela é encarada como uma época de oportunidades e experiências.

É o que explica a psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental da Associação de Apoio dos Aposentados, Pensionistas e Servidores Públicos, Simone Matias.

“Há muito tempo a própria ciência vem estudando como aumentar e melhorar a qualidade de vida dessa população e hoje a gente já fala em um novo significado do envelhecimento, um novo conceito. Não pensamos mais nesse processo como uma etapa de vida cercada por lutas e perdas, e, sim, como uma etapa de oportunidades. Por exemplo, vemos mais pessoas hoje acima dos 60 anos inseridas no mercado de trabalho”.

A combinação de avanços na área da saúde e medicamentos somados à busca por um estilo de vida com mais qualidade ajudaram a aumentar a expectativa de vida. A projeção é que a partir de 2039 o Brasil tenha, em média, mais pessoas idosas (65 anos ou mais) do que crianças e adolescentes de até 14 anos.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Como consumidores, não só de produtos médicos ou cuidados, mas também de lazer, entretenimento, viagens e qualidade de vida, os brasileiros que integram essa população geram uma demanda de mercado, ainda que os serviços oferecidos para esse público, especialmente os que fogem da área médica, sejam escassos. Já os que aproveitam essa tendência para empreender, costumam ter bons resultados.

No último censo demográfico feito pelo IBGE, em 2010, Minas Gerais concentrava cerca de 2,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Um mundo de oportunidades em uma área ainda pouco desbravada.

Intercâmbio – Motivada pela procura, a Agência de Intercâmbio Experimento, por exemplo, que atua em BH, decidiu lançar pacotes de intercâmbio específicos para pessoas com 50 anos ou mais. Em cerca de cinco anos, desde a implementação do pacote, ela só viu a demanda crescer. Hoje, em média, a agência recebe semanalmente 15 clientes com mais de 50 anos.

“A procura acontece há bastante tempo, mas eu acho que o entendimento errado de que intercâmbio é só para jovens causa certo receio. Por isso, decidimos implementar o pacote para esse público. São pessoas que já se aposentaram, já têm os filhos criados e estão com tempo disponível para viajar e aprender. Ou pessoas que ainda trabalham e buscam mais qualificação. Aí, aproveitam para fazer intercâmbio, aprender outro idioma durante suas férias”, conta a diretora da empresa, Amanda Lima.

O destino mais procurado por esses consumidores é Malta, uma ilha cercada por belezas naturais, com clima interiorano, onde o estudante consegue conhecer toda a região em cerca de uma semana. Outro destino bastante procurado é o Canadá.

Os pacotes que mais saem são os de duas semanas, com curso de inglês. E, na grande maioria dos casos, os viajantes vão sozinhos. “O que a gente até estimula. Para se fazer um intercâmbio, é preciso estar com o coração aberto, se propor a essa experiência, conhecer outras pessoas. Eles podem ir sozinhos, mas voltam com muitas amizades”, conclui Amanda.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas