Investigação sobre Flávio Bolsonaro vai para o Rio
Brasília – A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu enviar uma investigação criminal sobre o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) por suspeita de aumento irregular de patrimônio para o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ), informou ontem a assessoria de imprensa do órgão à Reuters.
Os detalhes dessa decisão de Dodge não estão disponíveis porque esse caso está sob sigilo, disse a PGR.
A providência tomada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi a mesma que há duas semanas foi adotada ao remeter esse mesmo caso envolvendo um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro para o Ministério Público Eleitoral fluminense. Ou seja, pelo mesmo caso, Flávio vai enfrentar apurações na esfera criminal e eleitoral.
Na decisão anterior, Dodge tinha justificado que os fatos investigados são anteriores à posse de Flávio Bolsonaro como senador e por isso o caso não estava na alçada da PGR ou do Supremo Tribunal Federal (STF).
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“No caso em exame, os fatos investigados no inquérito policial, que está em fase bastante incipiente como relatado, precedem o início de mandato de senador da República pelo representado e não têm relação com o exercício deste mandato parlamentar federal”, disse Dodge, na ocasião.
“Por isso, não há atribuição da Procuradoria-Geral da República, tampouco do egrégio Supremo Tribunal Federal, pois não se configura a situação de foro por prerrogativa de função”, completou.
O caso, segundo noticiado pelo jornal O Globo, envolve “negociações relâmpago de imóveis” que teriam resultado no “aumento exponencial” do patrimônio de Flávio. As suspeitas são de lavagem de dinheiro, por meio da compra de imóveis, e a declaração à Justiça Eleitoral do valor de um imóvel abaixo do seu preço real.
Na ocasião, a assessoria de imprensa do senador criticou a investigação sobre o suposto aumento patrimonial.
“A denúncia desprovida de fundamentação foi feita por um advogado ligado ao PT com o único intuito de provocar desgaste político a seus adversários. No âmbito estadual ela foi arquivada e, com absoluta certeza, também terá o mesmo destino no âmbito federal”, disse.
As primeiras notícias relacionadas a possíveis irregularidades citando o nome de Flávio Bolsonaro diziam respeito ao ex-assessor dele Fabrício Queiroz, que teve movimentações financeiras atípicas detectadas pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf).
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