Lula volta a fazer ataques ao teto de gastos

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a atacar o teto de gastos e afirmou que, em um eventual governo, irá “gastar o que for preciso gastar”.
“Vamos fazer o que for necessário para melhorar a vida do povo. Vamos gastar o que for preciso gastar. Muitas vezes o gasto é investimento”, afirmou Lula em entrevista à rádio Espinharas, na Paraíba, na terça (15).
Ele defendeu ainda que, muitas vezes, os gastos são investimentos. “Você não tem que limitar, porque quando limita, é para gastar menos para o benefício do povo. Eles consideram como gastos pagar aposentadoria, salários, investimentos na saúde”, seguiu.
Líder nas pesquisas eleitorais, o petista disse ainda que não acredita em teto de gastos e que ele é “incompetência de quem governa o País”. E afirmou que irá trabalhar para “recuperar os direitos do povo trabalhador”, colocará o pobre no orçamento e rico no imposto de renda.
Na entrevista, Lula também afirmou que é importante votar em candidatos ao Congresso Nacional que “pensem igual ao povo”.
“Não dá para você botar a raposa para tomar conta do galinheiro. É preciso votar em pessoas que têm o compromisso em beneficiar os mais necessitados neste País.”
O petista disse ainda que é preciso fortalecer políticas sociais, gerar emprego e ajudar micro e pequenas empresas.
Essa não é a primeira vez que Lula critica o mecanismo. Em entrevista a blogueiros no começo do ano, afirmou que a desigualdade social deve ser colocada como prioridade do governo federal, e não o teto de gastos.
O petista também disse que é preciso colocar em segundo plano o “compromisso fiscalista” do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Na ocasião, afirmou que tal compromisso fiscalista da atual gestão faz de tudo “para garantir dinheiro para pagar ao sistema financeiro e não faz nada para garantir o pagamento da dívida social que é histórica em nosso País”.
“É preciso que a gente recupere a democracia para que a gente possa colocar a desigualdade na ordem do dia como prioridade de um governo e não colocar como prioridade o teto de gastos”, disse ele.
Em junho de 2021, Lula afirmou nas redes sociais que pretende revogar o teto de gastos caso eleito.
“A quem interessa o teto de gastos? Aos banqueiros? Ao sistema financeiro? Gasto é quando você investe um dinheiro que não tem retorno. Quando você dá 1 bilhão pra rico é investimento e quando você dá R$ 300 pro pobre é gasto?! Nós vamos revogar esse teto de gastos”, escreveu.
Pesquisa -O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve a dianteira na corrida eleitoral com 46%, enquanto o presidente Jair Bolsonaro oscilou dentro da margem de erro para 26%, apontou pesquisa Genial/Quaest sobre as intenções de voto para a eleição presidencial de outubro.
A liderança de Lula na média dos cenários da pesquisa estimulada se manteve estável em relação a fevereiro, quando o ex-presidente também registrou 46% de apoio. Bolsonaro, por sua vez, oscilou dois pontos percentuais para cima na média desde o último mês, de 24% para 26%.
Lula e Bolsonaro mantêm larga vantagem em relação aos demais candidatos. Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Sergio Moro (Podemos), com 6%, aparecem tecnicamente empatados na sequência. Em fevereiro, Ciro computava os mesmos 7%, enquanto Moro tinha 8%.
Na pesquisa espontânea, quando não é apresentada ao eleitor uma lista de possíveis candidatos, Lula é o primeiro nome citado, com 27%, ante 28% em fevereiro. Bolsonaro subiu para 19%, ante 16% antes, enquanto outros somam 3%, ante 4% em fevereiro. Os indecisos permaneceram sendo 48%.
O prazo definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para definição de candidaturas é 15 de agosto.
Quando a pesquisa simula um eventual segundo turno, Lula vence em todos os cenários. No quadro apontado como o mais provável deles, o petista vence Bolsonaro por 54% a 32%.
Em fevereiro, o mesmo cenário apontava uma vitória de Lula por 54% contra 30% de Bolsonaro.
O levantamento traz ainda algumas oscilações na avaliação do governo do atual presidente. Para 49% dos entrevistados, a avaliação é negativa, ante 51% no mês passado. Para 24%, a gestão é positiva — em fevereiro eram 22%. Outros 25% consideram o governo regular, mesmo patamar da pesquisa passada, e 2% não souberam ou não quiseram responder.
Na pesquisa encomendada pela Genial Investimentos, o instituto Quaest ouviu 2 mil pessoas entre os dias 10 e 13 de março. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. (Folhapress/Reuters)
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