Mais da metade dos mineiros não acreditam nas propostas dos candidatos, revela FCDL-MG

Faltando poucos dias para a realização das eleições, os eleitores mineiros ainda se mostram inseguros quando questionados sobre os planos de governo dos candidatos. De acordo com um levantamento realizado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), 54,7% dos entrevistados não acreditam nas propostas dos candidatos, independente dos cargos a que estão concorrendo. Outros 34,4% dizem acreditar e 10,9% acreditam parcialmente.
A pesquisa, realizada entre os dias 12 e 23 de setembro, procurou captar a intenção e percepção da população com relação aos candidatos e suas propostas. “Percebemos que a expectativa dos eleitores está patinando, em meio a um cenário econômico permeado pelo mal-estar e insegurança, principalmente, em função do alto índice de desemprego e inflação”, analisa o coordenador de Inteligência de Mercado da FCDL-MG, Vinícius Carlos Silva.
Segundo o especialista, governar qualquer nuance do País e dos Estados não é tarefa fácil. “Existem desafios estruturais, econômicos, políticos e sociais que devem ser resolvidos na raiz, mas nem sempre há abertura para isso. Nesse sentido, a população acaba não vendo os programas de governo como algo tangível e que pode ser concretizado”, pontua.
Por outro lado, o levantamento aponta que, para 62,9% dos mineiros, as propostas estão claras, enquanto 37,1% dizem que alguns pontos geram dúvidas, visto que há muitas promessas de desenvolvimento de curto prazo ou acima do período de competência do candidato. “Há que se destacar que aqueles que responderam que as propostas estão claras, não necessariamente acreditam que elas serão colocadas em prática. O que justifica os cerca de 55% que disseram não acreditar nos planos de governo”, explica Vinícius Silva.
Boas e más propostas
Quando questionados sobre qual proposta poderá fazer a diferença, os mineiros colocaram de forma aberta que é importante que o candidato trabalhe em prol da reforma tributária, da saúde, da educação, da geração de emprego, da melhoria da alimentação e da reforma administrativa.
A respeito de propostas irreais, os entrevistados responderam que não veem com bons olhos quando os candidatos atacam seus adversários de maneira pessoal, quando falam de privatização, quando pontuam sobre reforma tributária sem a reforma administrativa, quando prometem pontos que estão acima de seu período de competência e sobre imposto único como alternativa para todos os impostos.
Maioria já escolheu seus candidatos
Ainda de acordo com a pesquisa, 70,3% dos entrevistados já escolheram seus candidatos. Outros 29,7% se dizem indecisos em suas escolhas. “Esses últimos apontaram que ainda estão buscando motivos para direcionar seus votos, pois para eles não está claro como os candidatos podem implantar propostas, muitas vezes, audaciosas demais”, analisa Silva.
O presidente da FCDL-MG, Frank Sinatra reforça que a pesquisa é livre e não reflete a opinião da entidade. “O levantamento foi realizado apenas para captar a percepção geral da população no momento eleitoral. Vale destacar ainda que as escolhas no momento da eleição serão os resultados futuros que serão colhidos. Por isso, é bom sempre ter clareza e certeza na hora de eleger os candidatos. Nós, da FCDL-MG, estamos juntos daqueles que irão trazer benefícios para os setores de comércio e serviços, preservando sempre a imparcialidade que o momento exige”, finaliza Sinatra.
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