Política

Minas Gerais lidera as denúncias de assédio eleitoral

Minas Gerais lidera as denúncias de assédio eleitoral
Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino

Brasília – O Ministério Público do Trabalho (MPT) atribui a liderança de Minas Gerais nas denúncias de assédio eleitoral em 2022 a uma possível ação coordenada por parte de empresários e associações no Estado, que vem sendo alvo de uma investida final por votos considerados decisivos.

Ana Cláudia Nascimento Gomes, procuradora do trabalho em Belo Horizonte, afirma que a rivalidade das eleições não tem poupado o ambiente dentro das empresas em todo o País, mas que a situação é agravada em Minas pela importância na disputa –  o Estado tem 16 milhões de pessoas aptas a votar, o segundo maior colégio do País.

“Em termos nacionais, a gente vê que a sociedade está muito dividida e polarizada, e isso obviamente entranha nas relações de trabalho. Não deveria ser assim, mas tem acontecido. Agora, essa necessidade de conquistar Minas Gerais tem imposto ao estado uma sobrecarga de assédio eleitoral”, afirma.

“A gente vê que o empresariado tem levado essa pressão para o trabalho como se o trabalhador fosse sua longa manus (executor de ordens), e não é. Não é porque é trabalhador e recebe salário que vende sua liberdade de consciência, que vende sua liberdade política. Ele não é objeto de poder, ele é sujeito de direitos”, ressalta a procuradora.

Das 1.734 denúncias recebidas pelo MPT até ontem, 474 foram registradas em Minas Gerais, o que corresponde a 27% do total. O Paraná, segundo estado com mais casos (190), tem menos da metade.

“Tem muitas denúncias que são plurais, ou seja, envolvem centenas de empresas.  Houve uma articulação naquele setor econômico para cometer o assédio eleitoral”, alerta.

Sete Lagoas – Mais de 120 denúncias do Estado vieram do município de Sete Lagoas, na região Central do Estado, depois que dezenas de comerciantes prometeram dar folga na próxima segunda-feira (31) caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito.

A ação ilegal foi organizada e divulgada pelas redes sociais com o mote “Um dia de recesso e quatro anos de progresso” e mobilizou clínicas de odontologia, papelarias, autoescolas, sorveterias, oficinas mecânicas e imobiliárias.

Parte dos empresários de Sete Lagoas já assinou acordo com o MPT com o compromisso de não oferecer vantagens aos funcionários. (Thaísa Oliveira)

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