PF abre inquérito contra Bolsonaro

Brasília – A Polícia Federal formalizou a abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro por possível crime de prevaricação no caso envolvendo suspeitas de irregularidades nas negociações para a compra da Covaxin, disse uma fonte com conhecimento do assunto ontem.
O inquérito foi aberto pela PF depois que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou na terça-feira de semana passada a investigação para a corporação.
Com o inquérito, a Polícia Federal poderá vir a tomar o depoimento do chefe do Executivo, entre outras diligências a serem cumpridas no caso.
Rosa Weber atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), cuja solicitação decorreu de notícia-crime enviada ao Supremo por senadores de oposição, que buscam a investigação da conduta de Bolsonaro.
De acordo com os parlamentares, o presidente não teria tomado providências após ser alertado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e pelo irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, sobre supostas irregularidades nas tratativas para compra de doses da vacina contra Covid-19 Covaxin.
O presidente tem afirmado que tomou providência sobre o caso, um dos focos principais das investigações da CPI da Covid do Senado.
Bolsonaro é alvo de outro inquérito no STF, aberto no ano passado para apurar se ele cometeu crime em uma suposta tentativa de interferir no comando da Polícia Federal.
Negativa – Bolsonaro negou ontem que tenha cometido prevaricação no caso das supostas irregularidades na negociação para a compra da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin, afirmando que encaminhou a denúncia para o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que não encontrou qualquer irregularidade.
Questionado em entrevista coletiva sobre uma suposta gravação da conversa que teve com o deputado Luís Miranda (DEM-DF) sobre a Covaxin, Bolsonaro disse que seria crime se a conversa tiver sido gravada.
O presidente se recusou a confirmar se mencionou o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como suposto envolvido nas negociações da Covaxin, conforme relatado por Miranda. (Reuters)
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