Política

PSDB aprova processo de incorporação com o Podemos

O PSDB vive uma crise, com 13 deputados e três senadores no Congresso Nacional atualmente
PSDB aprova processo de incorporação com o Podemos
Com a incorporação, Aécio Neves planeja eleger 50 deputados e lançar um candidato à Presidência da República em 2026 | Foto: Elaine Menke / Câmara dos Deputados

Brasília – A convenção nacional do PSDB autorizou nesta quinta-feira (5) a incorporação com o Podemos. Os dois partidos pretendem se reunir na próxima semana para fechar os últimos ajustes da união. O placar final terminou com a aprovação de 201 delegados. Votaram pela rejeição duas pessoas e dois tucanos se abstiveram.

Integrantes do partido chamam o procedimento de “incorporação com características de fusão” – por isso, tucanos esperam que o novo nome seja “PSDB+Podemos”. “Quero manter o nome PSDB vivo ainda”, afirmou o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

O PSDB vive uma crise – hoje, o partido tem 13 deputados e três senadores no Congresso Nacional. Nas eleições para o Legislativo federal de 2022, a sigla teve o pior resultado de sua história, quando elegeu 13 deputados e nenhum senador.

A sigla ainda teve a baixa de dois de seus três governadores. Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, migraram para o PSD.

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O remanescente, Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, chegou a participar brevemente da convenção nesta quinta, mas ainda não decidiu se permanecerá no partido. “Se sair, vamos em frente do mesmo jeito”, minimizou Aécio Neves.

O ex-governador de Minas Gerais se diz otimista com a incorporação. A projeção, segundo ele, é de eleger 50 deputados e lançar um candidato à Presidência da República em 2026.

Ele também afirmou que 14 deputados e dois senadores estão em diálogo para entrar no partido. “Tomamos decisões extremamente equivocadas e estamos pagando um preço alto por elas, mas não perdemos o sentimento que vivíamos lá atrás quando fundamos o PSDB”, disse Aécio.

Fundo

Estudo encomendado pelo Podemos e obtido pelo Estadão aponta que, em caso de fusão, o novo partido teria um Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) de cerca de R$ 380 milhões, tornando-se o sétimo maior do País, à frente do Republicanos. Já o fundo partidário chegaria a R$ 90 milhões, ocupando a quinta posição entre as legendas e superando PSD, Republicanos e MDB.

Uma questão técnica levou à incorporação. O PSDB, por estar federado com o Cidadania, precisaria do aval da legenda para uma fusão.

A incorporação, no modelo proposto, dividirá a estrutura executiva nacional do partido em duas: metade do Podemos e metade do PSDB.

“O PSDB está se renovando para mostrar que é possível fazer diferente”, disse o presidente do partido, Marconi Perillo.

A ideia da sigla é apresentar um novo PSDB, como um partido “radical de centro”, com um novo símbolo e um novo programa até outubro deste ano. “O PSDB é radical, sim. É radical no que importa”, afirmou Perillo.

A frase “radical no que importa” estampa bonés azuis do PSDB distribuídos aos partidários na convenção de nesta quinta, seguindo a tendência de apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Reportagem distribuída pela Estadão Conteúdo

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