Política

PT move ação contra Bolsonaro no TSE

PT move ação contra Bolsonaro no TSE
O nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad é dado como certo para a Fazenda | Crédito: Amanda Perobelli/Reuters

São Paulo – O PT entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma ação de investigação contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e empresas apontadas como responsáveis por bancar a disseminação de mensagens contra a campanha do PT pelas redes sociais. O partido do presidenciável Fernando Haddad (PT) pede à Corte eleitoral que declare a inelegibilidade de Bolsonaro para os próximos oito anos após a eleição atual.

Na ação, o partido cita que há indícios de que foram comprados pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT pelo aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp, conforme noticiado pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

O PT pede à Justiça Eleitoral que seja decretada busca e apreensão de documentos na sede da Havan e na residência de Luciano Hang, dono da empresa, apontado pelo jornal como um dos responsáveis pelo pagamento do conteúdo. Além disso, a legenda de Haddad quer que o aplicativo WhatsApp seja determinado a apresentar em 24 horas um plano de contingência para suspender o disparo em massa de mensagens ofensivas ao presidenciável petista.

No pedido, o TSE é cobrado para requerer a Luciano Hang documentação sobre eventual contribuição feita em apoio a Jair Bolsonaro. Em caso de negativa, a ação pede que seja expedido mandado de prisão contra o empresário. O partido pede também a oitiva e a quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático dos citados na ação, que também engloba outras empresas apontadas como responsáveis pela onda de mensagens na rede social.

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Presidente do PSL nega uso de caixa 2

Fraude – Haddad disse ontem que Bolsonaro tentou fraudar a eleição usando recursos de caixa 2 para enviar mensagens contra ele no WhatsApp e que, por isso, o segundo turno da eleição presidencial deveria ser entre ele e o candidato do PDT, Ciro Gomes.

Haddad citou uma testemunha, que teria sido mencionada pela revista Piauí, que teria afirmado que o ex-capitão do Exército pediu pessoalmente que empresários financiassem o disparo em massa de mensagens pelo WhatsApp para difamar e caluniar a candidatura petista na reta final do primeiro turno da disputa presidencial.

“Eu acho que o segundo turno tem que se dar entre mim e o Ciro. É isso que a legislação prevê, porque ele fraudou, tentou fraudar a eleição. Felizmente não deu o primeiro turno, porque se dá no primeiro turno, ia tudo para debaixo do tapete”, disse Haddad a jornalistas em São Paulo.

“Apoio voluntário” – Bolsonaro disse em sua conta no Twitter que “apoio voluntário é algo que o PT desconhece e não aceita”, e que o partido de seu adversário no segundo turno da eleição presidencial não está sendo prejudicado por “fake news”, mas pela verdade, uma vez que “roubaram o dinheiro da população”.

O presidenciável do PSL publicou os tuítes após Haddad afirmar que irá à Justiça Eleitoral para impedir o presidenciável do PSL de “violentamente agredir a democracia”, ao comentar a reportagem da Folha. No Twitter, Bolsonaro disse ainda que o PT sempre fez política “comprando consciências”, e acusou o partido de ter mergulhado o país no caos.

Haddad disse que eventuais investigações podem chegar à quantia de “centenas de milhões de reais despejados ilegalmente” na campanha de Bolsonaro e fez um alerta de que o PT rastreará empresários que eventualmente estejam envolvidos no caso para que sejam responsabilizados criminalmente.

“Vamos mobilizar toda a legislação em vigor, nós entendemos isso como uma prática de crime continuado, portanto hoje esse crime está sendo cometido, talvez, venhamos a pedir prisões em flagrante ou preventivas para que tenhamos nos próximos dez dias alguma normalidade democrática depois da devastação que foi a última semana do primeiro turno”, disse Haddad, visivelmente irritado, durante a entrevista.

O petista voltou a defender a prisão de empresários envolvidos no suposto esquema de envio de notícias falsas pela campanha de Bolsonaro. “O importante agora é prender os empresários que com caixa 2 financiaram o bolsonaro numa campanha de difamação, isso é o que vocês têm que cobrir hoje”, disse Haddad aos jornalistas.

Haddad disse que, independentemente do resultado do segundo turno da eleição, marcado para o dia 28 de outubro, irá “até as últimas consequências” em busca de reparação para o que afirmou ser calúnia e difamação que sofreu e afirmou que a campanha do PT também irá recorrer à missão de observadores eleitorais da Organização dos Estados Americanos (OEA).

“Nós vamos levar ao conhecimento da Justiça todos os indícios, alguns que estão nos chegando agora de reuniões que ele… de viva voz pediu apoio via WhatsApp, ou seja, ele próprio em jantares com empresários fez um pedido para que a atuação fosse feita dessa maneira, de forma ilegal”, disse o presidenciável. (AE/Reuters)

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