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Secretário-geral da OEA pede reunião com urgência

Secretário-geral da OEA pede reunião com urgência
Aumento da saída de venezuelanos do país tem gerado preocupação crescente, principalmente, entre países sul-americanos Crédito: Luisa Gonzalez/Reuters

Montevidéu/Brasília – O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, divulgou ontem documento em que solicita uma reunião de urgência do Conselho Permanente da instituição, para que se debata a crise migratória na Venezuela.
No documento, publicado na página do Twitter de Almagro, ele solicita que a crise humanitária e democrática da Venezuela, e a consequente questão dos migrantes, seja discutida em um prazo máximo de duas semanas.

“A situação por si só é desesperadora pela falta de acesso a direitos sociais básicos por parte do povo venezuelano; o colapso da saúde, da educação, da segurança, das capacidades públicas de prover água e eletricidade e de atender às condições mínimas que a sociedade exige para sobreviver”, disse Almagro, na carta endereçada a Rita Hernández Bolaños, atual presidente do Conselho Permanente da OEA.

Almagro ressaltou ainda os esforços de quase todos os países do continente e de alguns países europeus em “receber os migrantes venezuelanos e atender suas necessidades”.
O secretário-geral afirmou ainda que o governo de Nicolás Maduro tem mostrado “incapacidade absoluta” para assegurar as necessidades da população. E destaca que o problema deve ser tema de discussões multilaterais e coletivas.

Também em sua página no Twitter, Almagro escreveu que “na Venezuela, o regime matou manifestantes e membros da oposição e continua a torturar, deter e violar direitos, conforme documentado no relatório oficial da OEA”.

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Em maio deste ano, a OEA lançou extenso documento em que alerta para “evidências que apontam para o uso sistemático, tático e estratégico de assassinatos, prisões, tortura, violações e outras formas de violência sexual, como ferramentas para aterrorizar o povo venezuelano em uma campanha planificada para esmagar a oposição ao regime”.

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Madurazo – Com uma inflação estimada em 1.000.000% neste ano pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lançou ontem um pacote de medidas que inclui o chamado “Madurazo”, que é o corte de cinco zeros da moeda local, que se chamará bolívar soberano.

Porém, o governo define o atual momento de “ponto de reflexão”. “Vamos desmontar a perversa guerra do capitalismo neoliberal”, afirmou o presidente.

Segundo as autoridades da Venezuela, haverá um novo redesenho da política fiscal e tributária do país, incluindo subsídios para a gasolina, reajustada em quatro pontos percentuais, e a definição de câmbio único, que flutuará de acordo com as definições do Banco Central Venezuelano.

Novas notas – A nova moeda venezuelana, cujo símbolo é Bs.S., tem cinco zeros a menos em comparação ao bolívar, que coexistirá para operações bancárias menores.

As novas notas de Bolívar soberano são de 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 e já estão nos bancos e seriam colocadas em circulação ainda ontem. Os símbolos das notas têm referência ao petróleo, pois a Venezuela tem grandes reservas.

Dona das maiores reservas mundiais de petróleo, a Venezuela observa o encolhimento da sua economia. De 1913 até este ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do país foi reduzido pela metade, segundo o FMI.

Superar a grave crise econômica, social e política será o maior desafio de Maduro. O que se passa na Venezuela também preocupa os países vizinhos, que estão enfrentando uma crise humanitária na região, pois eles não têm estrutura para absorver os milhares de venezuelanos que fogem da hiperinflação e do desabastecimento.

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