Supremo prorroga inquérito contra Bolsonaro

Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu atender a um pedido da Polícia Federal e prorrogou por mais 60 dias o inquérito que investiga o presidente Jair Bolsonaro por vazamento de uma investigação sigilosa conduzida pela corporação, informou ontem a assessoria da Corte.
Desde agosto, Bolsonaro é alvo dessa investigação após ter revelado em redes sociais o teor de um inquérito sigiloso sobre ataque hacker sofrido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, meses antes das eleições daquele ano.
Esse inquérito decorreu de notícia-crime encaminhada pelo TSE e que havia pedido a apuração ao STF da divulgação de informações sigilosas por parte Bolsonaro, do deputado Filipe Barros (PSL-PR) e de delegado da Polícia Federal que comanda as investigações sobre ataque hacker, que foi afastado do caso.
Bolsonaro tem negado irregularidades. Essa é a quinta apuração da qual o presidente é alvo no Supremo e no TSE.
Bolsonaro afirmou ontem que o governo deverá resolver nesta semana detalhes sobre a extensão do auxílio emergencial e também de medidas referentes ao preço do diesel no País. “Se Deus quiser, nós resolveremos esta semana a extensão do auxílio emergencial, como devemos resolver também esta semana a questão do preço do diesel”, disse.
“As soluções não são fáceis, mas nós temos a obrigação de mostrar a origem do problema e como resolvê-lo”, completou ele, em cerimônia, em São Roque de Minas, de lançamento de um programa para garantir acesso à água no semiárido brasileiro.
O presidente disse que reuniu-se no sábado com ministros, entre eles o titular da Economia, Paulo Guedes, para discutir a extensão do auxílio emergencial em um valor que “dê dignidade” aos necessitados. O benefício pago durante a pandemia encerra-se neste mês.
Apesar da fala do presidente ter sido nominalmente auxílio emergencial, o governo também tem discutido medidas para a criação do Auxílio Brasil, o novo programa de assistência social reforçado que substituirá o Bolsa Família.
A adoção do Auxílio Brasil esbarra, no momento, em qual fonte de financiamento do programa. O governo busca aprovar no Congresso mudanças legais como uma nova forma de pagamento dos precatórios e a reforma do Imposto de Renda com o objetivo de abrir espaço fiscal para custear o novo benefício.
No caso do preço do diesel, três entidades nacionais de trabalhadores d setor de transporte de cargas anunciaram que decidiram que vão iniciar greve a partir de 1º de novembro se o governo federal não atender reivindicações do setor.
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