Política

TSE rebate alegações de Bolsonaro

TSE rebate alegações de Bolsonaro
Crédito: REUTERS/Rodolfo Buhrer

Brasília – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou um comunicado na sexta-feira (11) no qual rebate alegações do presidente Jair Bolsonaro de que as Forças Armadas apontaram vulnerabilidades no sistema eleitoral.

Segundo a nota, o pedido do representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral foi feito próximo do recesso, época em que os técnicos do tribunal paralisam as atividades, e que a resposta às perguntas já começou a ser elaborada e será encaminhada nos próximos dias.

Sem citar nominalmente Bolsonaro, o comunicado disse ainda que não houve qualquer comentário acerca da “segurança ou vulnerabilidades” do atual sistema eletrônico de votação feito pelas Forças Armadas.

“São dezenas de perguntas de natureza técnica, com certo grau de complexidade. Tudo está sendo respondido, como foi devidamente comunicado ao referido representante”, disse.

“Cabe destacar que são apenas pedidos de informações, para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades. As declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido”, acrescentou a nota.

Em transmissão ao vivo em suas redes sociais na quinta-feira (10), Bolsonaro afirmou que, mesmo vencido prazo na quinta, o TSE não se pronunciou sobre vulnerabilidades no sistema de votação apontadas pelas Forças Armadas, voltando seu discurso novamente a colocar em dúvida as urnas eletrônicas.

“Foram levantadas várias, dezenas de vulnerabilidades, foi oficiado o TSE para que pudesse responder às Forças Armadas – porque afinal de contas, o TSE pode ser que esteja com a razão. Pode ser, por que não?”, disse o presidente na transmissão.

“Passou o prazo que a administração diz, 30 dias, ficou um silêncio. Foi reiterado, o prazo se esgotou no dia de hoje, tá certo?”, continuou Bolsonaro.

“E isso está na mão do ministro (da Defesa) Braga Netto para tratar desse assunto. E ele está tratando desse assunto e vai com toda a certeza entrar em contato com o presidente do TSE para ver se o atraso foi em função do recesso (do Judiciário), não foi, se a documentação vai chegar. E daí as Forças Armadas vão analisar isso daí e vão dar uma resposta”, afirmou.

Bolsonaro, que no ano passado defendeu o voto impresso, questionou a confiabilidade das urnas chegando a anunciar que não aceitaria o resultado de eleições que não ocorressem de maneira “limpa”.

O presidente alega com frequência e sem apresentar provas que houve fraude na eleição de 2018, vencida por ele, e alega, sem apresentar fundamentos, que teria vencido o pleito no primeiro turno.

Cresce a preferência pela democracia

Brasília – O percentual da população brasileira que prefere a democracia a qualquer outra forma de governo aumentou, se comparada a outubro de 2018, assim como diminuiu o grupo de pessoas que preferem, em algumas circunstâncias, um governo autoritário, apontou pesquisa Ipespe divulgada na sexta-feira (11).

Em outubro de 2018, época em que o atual presidente Jair Bolsonaro foi eleito, 56% dos entrevistados responderam que “a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo”. Agora, em fevereiro de 2022, esse patamar passou a 67%.

A preferência por um governo autoritário “em algumas circunstâncias”, por sua vez, apresentou uma redução: de 13% em outubro de 2018 para 7%.

Em relação à democracia no Brasil, no geral, apenas 2% dos entrevistados disseram estar muito satisfeitos, enquanto 29% se disseram satisfeitos. Em outubro de 2018, os muito satisfeitos também eram 2%, mas os satisfeitos respondiam a 21%.

O número dos que disseram estar insatisfeitos com a democracia brasileira pouco mudou –51% agora contra 50% em 2018 –, ao passo que os muito insatisfeitos correspondem a 12% nesta pesquisa de fevereiro — em outubro de 2018, eram 23%.

Disputa pelo Planalto – Já para a corrida eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera nos dois cenários colocados, com 43% e 44% respectivamente.

No primeiro cenário, Bolsonaro aparece em segundo lugar com 25%, seguido de Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) empatados com 8%. João Doria (PSDB) pontua com 3% e a senadora Simone Tebet (MDB) e o deputado André Janones (Avante) têm 1%.

Na segunda lista, sem o candidato do PDT, Bolsonaro registra 26%, Moro mantém os 8%, Doria oscila para 4%, e Simone Tebet via a 2%.

Outras opções da chamada “terceira via”, caso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e o senador Alessandro Vieira (Cidadania), além de Janones, aparecem com 1% no segundo cenário.

Os que recusam todos os candidatos nos dois cenários ou declaram que votarão em branco ou nulo chegam a 9% e 10%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 9 de fevereiro, e entrevistou 1.000 pessoas. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

Mourão admite que será candidato pelo RS

Brasília – O vice-presidente Hamilton Mourão admitiu na sexta-feira (11) que será candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul na eleição de outubro e deve deixar o PRTB, mas ainda não definiu em qual partido irá se filiar.

Ao ser questionado sobre o tema na chegada à Vice-Presidência, Mourão afirmou que a decisão seria anunciada em breve, mas terminou por confirmar quando foi perguntado se a máscara que estava usando, com uma bandeira do estado, era um indicativo.

“Lógico, né”, afirmou, acrescentando que agora é apenas uma questão de partido.

“Tem duas opções de partido. Aí que vamos ver. Tem dois pré-candidatos (a governador) no nosso campo, vamos aguardar o que vai sair disso daí”, disse.

Os dois postulantes ao governo gaúcho são o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, que hoje é filiado ao União Brasil (fusão entre DEM e PSL), mas aguarda a janela partidária para se transferir para o PL, partido de Bolsonaro e o senador Luiz Carlos Heinze, do PP.

A decisão de Mourão passa também pelas alianças locais e pela definição de quem será o candidato do campo bolsonarista ao governo do Estado.

Mourão conversa, no momento, com o PP e com o Republicanos. Mais forte que o Republicanos no Estado, o PP seria o caminho preferido do vice-presidente, mas esbarra em uma possível candidatura da ex-senadora Ana Amélia, que também é do partido. Existe, no entanto, a possibilidade de Ana Amélia trocar o PP pelo PSDB.

Nem Onyx nem Heinze mostraram disposição de desistir da candidatura ao governo do Estado até agora, mas o ministro de Bolsonaro, no momento, aparece nos primeiros lugares nas pesquisas, enquanto Heinze pontua com apenas 1% ou 2%.

Já para o Senado, o cenário ainda é nebuloso, com candidaturas indefinidas até agora. Mourão aparece em segundo, terceiro ou quarto lugar, a depender do cenário. Ainda não há definição, por exemplo, se o ex-governador José Ivo Sartori (MDB) irá de fato se candidatar ao Senado, já que o seu partido o pressiona para tentar novamente o governo do Estado.

Manuela D’Ávila (PCdoB) também não definiu se será candidata — a decisão depende não só da sua posição pessoal, mas do acerto entre PT, PCdoB e PSB sobre a formação de uma federação ou ao menos uma coligação para disputa do governo estadual. Se for candidata, Manuela aparece em primeiro na única pesquisa que a colocou como postulante ao Senado.

Se realmente se candidatar, Mourão não precisará deixar a Vice-Presidência da República, mas não poderá assumir a Presidência temporariamente no lugar de Jair Bolsonaro durante os seis meses antes do pleito. Escolhido de última hora na campanha de 2018 para ser companheiro de chapa de Bolsonaro, Mourão acabou se afastando do presidente durante o mandato. Bolsonaro deixou claro, já há bastante tempo, que não o teria como vice em uma tentativa de reeleição.

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