Zema lidera a disputa pelo governo de MG

Conforme outubro se aproxima e as candidaturas do cenário eleitoral de 2022 se definem, a corrida pelos cargos à Presidência e ao governo de Minas Gerais começa a ganhar mais notoriedade. A próxima data que irá expressar um dos principais pontos de partida das eleições é 2 de abril, quando aqueles candidatos que já exercem funções no Executivo precisam renunciar aos cargos para concorrerem ao pleito.
Este é o caso do atual do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que deve ser o principal concorrente do governador Romeu Zema (Novo), que disputará a reeleição. Atualmente, segundo pesquisa da Genial Investimentos e da Quaest Consultoria e Pesquisa, lançada na última sexta-feira (18), os políticos lideram as intenções de votos em Minas Gerais.
Em um primeiro momento, vale ressaltar que a pesquisa demonstra que 52% dos respondentes ainda não escolheram o seu candidato – quando questionados de forma livre sobre a intenção de voto. Quando a pergunta foi estimulada, ou seja, quando foram apresentadas as opções com os nomes dos candidatos, Romeu Zema aparece com 34% das intenções no primeiro turno, que está marcado para o próximo 2 de outubro. Alexandre Kalil está em segundo lugar, com 21%, e é seguido por André Janones (7%/Avante), Cleitinho de Azevedo (6%/Cidadania), Carlos Viana (5%/MDB), Vittorio Medioli (2%/PSD), Daniel Sucupira (1%/PT) e Miguel Corrêa (1%/PDT).
Contudo, a pesquisa também revela que o apoio político do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente Lula, pode afastar Romeu Zema da liderança e tornar Alexandre Kalil o novo governador do Estado, caso as tendências não mudem nos próximos meses. O fato é demonstrado em dois momentos da pesquisa: quando perguntas sobre preferências de ligação entre candidatos mais ligados a Lula ou a Bolsonaro, 40% dos entrevistados responderam que preferem que o candidato ao Governo de Minas Gerais tenha elos com o Lula. Aqueles que apontaram que preferem ligações de candidatos ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), foram 21%, e 36% não preferem que os mesmos tenham ligações com nenhum dos nomes projetados à Presidência.
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Com o apoio de Lula, Alexandre Kalil pode chegar, segundo a pesquisa, a 49% das intenções de voto em 2022. Enquanto isso, Zema, se apoiado por Bolsonaro, teria 35% dos votos dos cidadãos mineiros.
Votos por região
Ainda nas intenções levantadas para o primeiro turno entre os dois primeiros nomes com maior percentual de votos, a pesquisa aponta que na capital mineira e na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Kalil tem mais força que Romeu Zema, sendo que o atual chefe do Executivo estadual lidera no interior. Na Capital, Romeu Zema tem 23% das intenções de voto contra 46% de Alexandre Kalil. Nos municípios que compõem a região metropolitana, 27% dos entrevistados votariam em Romeu Zema, enquanto 33% escolheriam Alexandre Kalil nas urnas. No interior, Zema lidera com 39% das intenções e Kalil apenas 12%.
Fator importante que a pesquisa também mostra é que Alexandre Kalil não é conhecido por 37% dos participantes do levantamento, contra 8% dos respondentes que não conheciam Romeu Zema no momento de responder às questões. Os demais candidatos cotados à disputa eleitoral para o Governo de Minas Gerais aparecem com índices de desconhecimento acima de 72%, que é o caso de Carlos Viana, seguido ainda por André Janones (74%), Cleitinho Azevedo (78%), Vittorio Medioli (80%) e Daniel Sucupira (91%).
2º turno e Senado
Em um eventual segundo turno, previsto para 30 de outubro, o cenário se repete e Romeu Zema se reelege com 49% dos votos frente aos 33% garantidos por Alexandre Kalil — a pesquisa não traz a análise do segundo turno com o apoio de candidatos à Presidência.
No que tange à disputa pelo Senado Federal, que deve renovar ao menos um terço da casa neste ano, Minas Gerais poderá eleger um novo nome. O cenário, ainda segundo a mais recente pesquisa da Genial e da Quaest, demonstra que Cleitinho de Azevedo lidera as intenções (13%) ao lado de Reginaldo Lopes (8%/PT). Além deles, disputam a vaga no Senado os candidatos Alexandre Silveira (8%/PSD), Duda Salabert (6%/PDT), Marcelo Álvaro Antônio (4%/PL), Marcelo Aro (2%/Progressistas) e Julvan Lacerda (1%/atualmente no MDB).
Vale ressaltar que, assim como no caso das intenções de voto para o governo, 57% dos entrevistados ainda não haviam escolhido um nome de forma espontânea.
Desafios da gestão
A pesquisa também mostrou que os mineiros apontam a economia do Estado como o principal problema enfrentado. Foram 31% dos entrevistados que manifestaram a temática como gargalo. A insatisfação segue em razão do item saúde/pandemia (21%), infraestrutura (8%), questões sociais e corrupção/má administração (ambas com 5% cada), violência (4%), impostos (3%) e enchentes (1%).
Além disso, os respondentes foram questionados sobre o atual governo, chefiado por Romeu Zema. A avaliação demonstrou que 41% das pessoas avaliam a gestão de forma positiva, regular para 36% e negativa para 17%. Para 62% dos entrevistados, Romeu Zema merece a sua reeleição, ou segunda chance, sendo que 31% não aprovam o segundo mandato do político.
A pesquisa realizada tem margem de confiança de 95% e erro de 2,5 pontos percentuais. A coleta de dados foi feita entre 11 e 16 de março, com 1.480 pessoas entrevistadas presencialmente.
Alckmin confirma filiação ao PSB
São Paulo – O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin usou suas redes sociais, na sexta-feira (18), para confirmar sua filiação no PSB, que acontecerá na próxima semana, e defender que o momento político atual pede união.
“O tempo da mudança chegou! Depois de conversar muito e ouvir muito eu decidi caminhar com o Partido Socialista Brasileiro – PSB. O momento exige grandeza política, espírito público e união”, escreveu o ex-governador.
Como mostrou a Reuters, a cerimônia preparada pelo PSB será na semana que vem, em Brasília, em um ato simbólico em que serão recebidos também outros tucanos que deixaram o PSDB com Alckmin, como o ex-presidente do partido em São Paulo, Pedro Tobias, e o ex-secretário de Alckmin no governo, Floriano Pesaro.
O próximo passo será o convite oficial para que Alckmin seja o candidato a vice na chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A negociação já está fechada e Alckmin conversou com Lula antes de anunciar publicamente sua decisão, mas os dois partidos – que não fecharam uma federação, como era a ideia inicial, mas acertaram uma coligação nacional – pretendem fazer um anúncio formal depois da filiação de Alckmin.
Em sua publicação, o ex-governador não cita a candidatura, ainda não oficializada, apenas indica uma atuação nacional.
“A política precisa enxergar as pessoas. Não vamos deixar ninguém para trás. Nosso trabalho para ajudar a construir um país mais justo e pronto para o enfrentamento dos desafios que estão postos está só começando”, escreveu.
O anúncio oficial das candidaturas de Lula e Alckmin já foi adiado várias vezes. O ex-presidente esperava uma decisão sobre o partido ao qual Alckmin iria se filiar e também as negociações para formação de uma federação e de coligações.
Lula ainda trabalha para tentar ampliar os apoios do PT no primeiro turno, incluindo além do PV, PCdoB, PSB e Solidariedade, o PSOL e a Rede, que devem formar uma federação, e ainda tem esperanças, mesmo que pequenas, de atrair o PSD, se o partido desistir de um candidato próprio. Antes de anunciar sua candidatura, o ex-presidente está conversando com todos os possíveis aliados.
De acordo com uma fonte, o anúncio oficial, em um ato público em São Paulo, deverá ser feito depois da Páscoa, possivelmente mais próximo do final de abril, em um dia ainda a ser definido. Uma das possibilidades levantada é o 1º de Maio, em que as centrais sindicais normalmente fazem uma grande manifestação e voltarão a fazê-lo ao vivo este ano, depois de dois anos virtuais por causa da pandemia. (Reuters)
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