Política

Zema não descarta ser candidato à presidência nas eleições de 2026 e critica Lula

Zema criticou o governo do presidente Lula, por ter imposto sigilo de 100 anos a dados e informações da atual gestão presidencial
Atualizado em 6 de agosto de 2024 • 10:36
Zema não descarta ser candidato à presidência nas eleições de 2026 e critica Lula
Governador Romeu Zema (Novo) falou em almoço-palestra da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Foto: Amanda Koide / Divulgação Fiemg

O governador Romeu Zema (Novo) declarou que participará ativamente das eleições de 2026 e não descartou a possibilidade de ser candidato à presidência. A declaração foi dada durante almoço-palestra da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Ainda no evento, o atual mandatário do Estado também fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O governador mineiro Romeu Zema disse que tem mantido contato próximo com os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, Ronaldo Caiado (UB), de Goiás, e Mauro Mendes (UB), do Mato Grosso, para que o grupo apoie um único candidato de centro-direita para presidente em 2026.

“Sei que é um trabalho difícil, porque entram diversas questões. Questões de ego – nós já temos pessoas claramente se posicionando como candidatos –, entram questões partidárias, muitas vezes a pessoa quer, mas o partido não aceita”, comentou.

Zema apontou que o nome escolhido pelos governadores para as eleições de 2026 provavelmente será um dos integrantes do grupo e que ele apoiará esse nome, independente de quem seja. E não descartou ser ele o candidato em um possível embate com Lula.

“Eu quero estar contribuindo ativamente na campanha de 2026, como governador de Minas Gerais, e, se for candidato, se for o mais viável também, aceitarei, e se for só para ajudar, como estou dizendo, também vou estar ajudando, como eu fiz em 2022, quando ganhei aqui o primeiro turno, e nós tivemos o segundo turno para presidente”, afirmou.

Zema critica sigilo imposto por Lula e indica alteração em estatuto do servidor

Ainda durante o almoço-palestra da ADCE, que teve como tema “Integridade na Governança Pública e Empresarial”, Zema criticou o governo do presidente Lula, por ter imposto sigilo de 100 anos a dados e informações da atual gestão presidencial.

“Fico extremamente incomodado quando eu vejo um governo como esse que nós estamos tendo dando sigilo por 100 anos para alguns documentos. Qual foi o motivo disso? Acho que é não querer mostrar alguma coisa que talvez não seja adequada, correta”, questionou o governador.

O atual mandatário do Estado afirmou não ter tolerância com infrações graves cometidas por servidores do seu governo. Ele deu como exemplo o escândalo na Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), em que servidores da alta cúpula da secretaria se envolveram em um possível esquema de “fura-fila” na vacinação contra a Covid-19.

Nesse caminho, Zema considera que o Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais necessita ser aperfeiçoado, já que, segundo ele, permite uma série de medidas protelatórias ao servidor que cometer crimes. “Isso faz com que o Estado tenha de manter lá, talvez, 500 mil pessoas que, se fosse um estatuto mais moderno, nós já teríamos colocado para fora”, declarou.

Ele revelou a intenção de alterar o Estatuto nos próximos anos. “São pessoas que se utilizam desse artifício de um estatuto que não é atual, mas que queremos, ainda nesses dois anos e meio que me faltam, modernizá-los. Vai ser um avanço importantíssimo para que nós venhamos a ter mais essa melhoria”, finalizou o governador.

Participação no almoço-palestra ADCE

Durante o evento, Zema contou aos convidados as principais conquistas e desafios dos mais de 30 anos de história como empresário e a recente carreira como político nos últimos anos.

“Eu sempre gosto de falar muito que questão de ética, integridade, é uma questão que você tem de estar sempre reforçando. É igual um agricultor que tem que estar capinando sempre”, afirmou Zema. “Numa empresa igual eu administrei é algo que você tem de fazer continuamente e dentro do Estado a mesma coisa”, completou.

O governador mineiro aconselhou ao empresariado presente que, ao estruturar uma governança familiar, é necessário ter paciência para lidar com hábitos de décadas, sem pensar somente no curto prazo. “Muitas vezes, muitos negócios dão errado por imediatismo. Uma empresa familiar como a nossa vai muito nessa linha da visão de longo prazo, que para mim é extremamente necessário”, disse.

A presidente da ADCE-MG, Maria Flávia Cardoso, ao falar da parábola da multiplicação dos pães, comentou que o propósito da entidade é fomentar uma liderança que, além do sucesso econômico, esteja atenta ao bem comum e à justiça social.

“Como bem disse Papa Francisco, assim é o caminho que devemos percorrer: dar de comer ao povo e manter unido, ou seja, permanecemos ao serviço da vida da comunidade. Essa palavra é uma grande lição de governança, garantindo o sustento e saciedade do povo à vida e à comunhão. Isso se aplica diretamente ao papel que desempenhamos como líderes empresariais e públicos”, contou.

Por sua vez, o presidente da ADCE no Brasil, Sérgio Cavalieri, ressaltou o fato do governo de Minas Gerais ser liderado hoje por um empresário com uma carreira de sucesso no Estado. Cavalieri pontuou a relevância da ADCE em promover no mundo corporativo a dignidade humana, a justiça e a distribuição de renda, com salários mais dignos e justos.

“A empresa é a melhor organização para se promover o trabalho, as pessoas, a riqueza, e para que a gente possa distribuir essa riqueza também. Acho que todos nós podemos fazer um pouco mais, como empresários, como cidadãos, como governantes, como lideranças importantes do setor empresarial”, declarou.

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