Zema tende a apoiar Bolsonaro no segundo turno

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), vai levar para a direção nacional de seu partido a decisão sobre o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições 2022.
Aliados do governador, no entanto, não têm dúvidas quanto ao posicionamento que Zema irá tomar. “O governador é um homem de direita e, na minha opinião, vai apoiar o presidente”, afirma o vice-presidente da Câmara federal, Lincoln Portela, do mesmo partido de Bolsonaro.
O presidente vai disputar o segundo turno da eleição com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu a etapa inicial de votação com 48,43% dos votos válidos, ante 43,20% do rival. Zema venceu a reeleição ao Palácio Tiradentes com 56,18% dos votos válidos, batendo o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que teve 35,08% dos votos válidos.
Segundo o vice-governador eleito na chapa de Zema, Mateus Simões (Novo) uma discussão interna no partido acontecerá nos próximos dias para que uma decisão seja tomada ainda nesta semana.
Bolsonaro passou parte da pré-campanha eleitoral tentando atrair o apoio do governador de Minas. Zema, sob o argumento de que seu partido tinha candidato ao Planalto, se esquivou das investidas.
O nome do Novo para o Palácio do Planalto era Luiz Felipe D’Ávila, que ficou em sexto na disputa, com 0,5% dos votos válidos.
Com a reeleição em primeiro turno, Zema passou a ser ainda mais estratégico para Bolsonaro, por dois motivos: a alta popularidade no estado e o fato de Kalil ter sido apoiado por Lula. Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país, atrás apenas de São Paulo.
Os aliados, em momento algum, falam existir a possibilidade de que Zema apoie Lula. As duas opções são Bolsonaro ou a neutralidade.
Campanha
A campanha do presidente Jair Bolsonaro prevê uma disputa de segundo turno totalmente aberta e com chances de vitória contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após desempenho superior do candidato à reeleição ao que vinha sendo projetado pelas principais pesquisas nacionais de intenção de voto, afirmaram à Reuters um aliado próximo e fontes do QG bolsonarista.
Bolsonaro e Lula vão disputar no próximo dia 30 quem será o inquilino no Palácio do Planalto pelos próximos quatro anos, após o presidente registrar 43,20% dos votos válidos contra 48,43% do petista no primeiro turno, com 99,99% dos votos apurados. Portanto, uma diferença de pouco mais de cinco pontos porcentuais.
O resultado do candidato à reeleição foi muito melhor do que o previsto nas pesquisas, que chegavam a apontar uma diferença de dois dígitos e até mesmo uma possibilidade de eleição de Lula em primeiro turno.
Bolsonaro teve uma votação expressiva no Sudeste, nos três maiores colégios eleitorais brasileiros. Em São Paulo, ele teve 1,5 milhão de votos de vantagem – ainda conseguiu emplacar seu ex-ministro Tarcísio de Freitas no segundo turno na disputa ao governo estadual; no Rio de Janeiro, ele teve quase 1 milhão de frente; e ficou atrás de Lula em Minas Gerais por cerca de 500 mil votos. Esse movimento contraria o que indicavam as pesquisas.
Um dos caminhos em discussão vai ser trabalhar o eleitorado de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral, segundo a fonte. Bolsonaro deverá buscar um apoio de Romeu Zema (Novo), governador reeleito no primeiro turno, para a segunda etapa de votação.
Esse movimento já vinha sendo discutido desde antes da votação de domingo. Outro trabalho, segundo a fonte, é ir em busca de quem se absteve na primeira etapa de votação – o número desta vez foi semelhante ao das eleições gerais passadas, cerca de 20%. (Leonardo Augusto/Folhapress/Reuters)
Bruno Engler obteve mais votos na ALMG
Entre os deputados estaduais eleitos no último domingo para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), cinco obtiveram mais de 110 mil votos. Esses cinco parlamentares têm uma característica em comum: todos são veteranos, ou seja, foram reeleitos e terão a oportunidade de dar continuidade ao trabalho que já vêm desenvolvendo.
O campeão de votos é o deputado Bruno Engler (PL), que obteve 637.412 votos e conquistou seu segundo mandato. Em 2015, ele ajudou a fundar o Movimento Direita Minas, que se dedica à promoção dos valores conservadores.
Em segundo lugar entre os mais votados, está a deputada Beatriz Cerqueira (PT), também reeleita para o segundo mandato. Ela obteve 248.664 votos. Professora da educação básica, antes de se eleger deputada, foi presidente do sindicato que representa a categoria, o Sind-UTE.
Com 132.382 votos, o deputado Cássio Soares (PSD) foi eleito para o seu quarto mandato consecutivo na ALMG. Já foi secretário de Estado de Desenvolvimento Social (2012-2014) e subsecretário de Estado de Defesa Social (2007-2010). Na atual legislatura, é líder do Bloco Minas são Muitas, foi presidente da CPI da Cemig e relator da CPI dos Fura-Vilas da Vacinação.
Já o deputado Antonio Carlos Arantes (PL) conquistou o sexto mandato, com 119.686 votos. Atualmente é o 1º-vice-presidente da ALMG. Em legislaturas anteriores, presidiu as Comissões de Agropecuária e Agroindústria (cinco vezes) e de Desenvolvimento Econômico (uma vez). Produtor rural, já foi prefeito de Jacuí (Sul de Minas) por três mandatos.
Já o deputado Mauro Tramonte (Republicanos) foi eleito para o segundo mandato com 110.741 votos. Na atual legislatura, preside a Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia. Apresentador do programa Balanço Geral, da TV Record Minas, já atuou em outros veículos de comunicação de sua cidade natal, Poços de Caldas (Sul de Minas), como TV Poços, Rádios Cultura e Difusora.
Mulheres
Com 15 mulheres eleitas deputadas estaduais, a ALMG terá a maior bancada feminina da sua história a partir de 2023. Seis dessas conseguiram a reeleição, enquanto outras nove terão seu primeiro mandato. A deputada Beatriz Cerqueira (PT) chegará ao segundo mandato como a mais votada entre as mulheres e, com quase 250 mil votos, foi a segunda mais votada para o cargo este ano.
Além dela, retornam à ALMG na 20ª Legislatura (de fevereiro de 2023 a janeiro de 2027): Leninha (PT), Ione Pinheiro (União), Delegada Sheila (PL), Andréia de Jesus (PT) e Ana Paula Siqueira (Rede).
As novas deputadas serão Lohanna (PV), Lud Falcão (Pode), Macaé Evaristo (PT), Nayara Rocha (PP), Bella Gonçalves (PSOL), Maria Clara Marra (DC), Alê Portela (PL), Chiara Biondini (PP) e Marli Ribeiro (PSC).
Embora o número de mulheres continue proporcionalmente baixo na Casa, 2023 entra para a história como recorde da presença delas. O recorde anterior, alcançado nas eleições de 2002, era de 11 mulheres eleitas para o parlamento estadual.
Porém, a atual legislatura chegou a 2022 com apenas nove dessas dez eleitas ainda no cargo, já que Marília Campos (PT) renunciou depois de ser eleita prefeita de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em 2020.
É importante ressaltar que o número total de vagas para deputados estaduais em Minas Gerais oscilou, ao longo dos tempos: 82 cadeiras na 5ª e na 6ª Legislaturas; 61 cadeiras na 8ª Legislatura; 78 cadeiras na 10ª Legislatura; e 77 cadeiras da 11ª Legislatura em diante. Confira o número de mulheres eleitas para deputadas estaduais ao longo da história da ALMG. (Com informações da ALMG)
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