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Ecoturismo em cidades de Minas Gerais atrai visitantes; confira as melhores trilhas

No contrafluxo das praias, busca por atividades esportivas de cunho ecológico têm crescido na última década entre os turistas pelo País
Ecoturismo em cidades de Minas Gerais atrai visitantes; confira as melhores trilhas
CEO da agência Indio Ecotur, Rodrigo Lopes apostou em propagar o ecoturismo mineiro. Modalidade tem projetado o Estado na liderança turística | Foto: Indio Ecotur / Divulgação

A cada final de semana ensolarado, feriado prolongado ou período de férias, é comum que muitos mineiros e turistas de diversas regiões do Brasil optem por deixar destinos agitados em busca da tranquilidade e calmaria do interior de Minas Gerais por meio do ecoturismo.

Nos últimos dez anos, atividades como o ecoturismo se consolidaram em várias cidades do Estado, promovendo um turismo por trilhas que valorizam e preservam tanto a ecologia nativa quanto o patrimônio cultural de inúmeras comunidades, do Norte ao Sul de Minas.

Para estimular o ecoturismo no Estado, em Serra das Araras, na Zona da Mata, a gestão das trilhas situadas no distrito articula a possibilidade de que as rotas locais, ganhem, em breve, sinalizações que sigam a padronização proposta pela Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, conforme explica o presidente do Instituto Rosáceas, Almir Paraca.

“Estamos tendo um cuidado muito grande na organização das comunidades para implantar realmente um turismo de base comunitária a altura ou digno desse nome que é o Sertão Veredas. Ainda não sinalizamos a rota, então só é possível fazer o percurso com guias turísticos”, adianta o presidente da entidade.

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Segundo ele, a própria instituição e a comunidade mantém diálogo para viabilizar um interesse comunitário para a hospitalidade dos turistas que, segundo ele, é um fator necessário para que a cidade possa receber mais pessoas que desejam explorar as culturas da cidade e distritos do entorno. “Nesse aspecto de ser uma rota permanente e aberta estamos nos empenhando para dar o passo. No entanto, temos feito, de fato, um evento anual que é o Caminho do Sertão, quando é lançado um edital onde fazemos a seleção dos caminhantes”, explica Paraca.

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“É um processo bem legal e tem um coletivo de ex-caminhantes que cuida e gerencia o caminho. Então, até aqui vem sendo feito assim e episodicamente um outro grupo que procura, muito interessado, grupos menores, e realizamos um prepara com um atendimento mais customizado, como é feito para grupos de idosos, escolas, ou grupos de teatro, como já vieram aqui pesquisadores da obra de Guimarães Rosa”, elenca o presidente do Instituto Rosáceas.

Grupo de turistas realizam ecoturismo no Estado | Foto: Divulgação Índio Ecotour Viagens – Agência de Turismo Ecológico

Conheça rotas para a prática do ecoturismo em Minas Gerais

Em Minas, uma das rotas mais conhecidas é o Caminho Saint Hilaire que tem 192 km de extensão, com duração estimada de nove dias. O percurso de quem opta traçar durante todos esses dias é formado por um corredor natural, histórico, religioso, cultural, gastronômico e medicinal de povos tradicionais.

Em uma das mais belas regiões da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço Meridional, o caminho conecta 11 comunidades e três cidades históricas do Estado: Diamantina, Serro e Conceição do Mato Dentro. O caminho proporciona cachoeiras, grutas, observação astronômica, da flora, experiências rurais e terapias integrativas.

O Ministério do Turismo, recentemente destacou no Boletim de Inteligência de Mercado no Turismo algumas das principais trilhas mineiras, adequadas para caminhadas guiadas, pedaladas e outras para rotas de mais adrenalina e desportivas, ideais para os amantes de motocross.

Confira a lista das melhores trilhas de ecoturismo de Minas Gerais:

Caminho do Sertão

  • Distância da trilha: 192 km
  • Duração do percurso: Sete dias
  • Bioma: Cerrado
  • Dificuldade da trilha: Moderado
  • Altitude máxima: 868 metros
  • Altimetria positiva: 1.083 metros
  • Altimetria negativa: 678 metros
  • Municípios abrangidos: Distrito de Sagarana (Arinos), Riachinho e Chapada Gaúcha, ao Noroeste do Estado.
  • Aeroporto mais próximo: Aeroporto Internacional de Brasília – Juscelino Kubistchek a 245 km

Como chegar?

O “Caminho do Sertão” oferece uma experiência eco literária no universo do escritor mineiro João Guimarães Rosa, passando pelos Vales dos rios Urucuia, Pardo e Carinhanha. Durante os sete dias de caminhada, os participantes têm a oportunidade de se conectar com a terra, a geografia, a flora, a fauna e a cultura do Sertão.

O percurso começa no Parque Estadual de Sagarana, em Sagarana, e se estende até o Parque Estadual Grande Sertão Veredas, destacando aspectos históricos e experiências rurais.

Caminho de Graças e Prosas

  • Distância da trilha: 123 km
  • Duração do percurso: Seis dias
  • Bioma: Mata Atlântica e Cerrado
  • Dificuldade da Trilha: Moderado/Difícil
  • Altitude máxima: 1.600 metros
  • Altimetria positiva: 3.220 metros
  • Altimetria negativa: 3.220 metros
  • Municípios abrangidos: Inconfidentes, Bueno Brandão, Bom Repouso, Tocos do Moji, Borda da Mata e Ouro Fino, ao Sul de Minas
  • Aeroporto mais próximo: Aeroporto Internacional de Guarulhos a 187 km ou Aeroporto Internacional de Viracopos a 155 km.

Como chegar?

Vindo de São Paulo, é preciso trafegar pela rodovia Fernão Dias até a cidade de Bragança Paulista, no interior do estado de São Paulo e seguir para Socorro, também em São Paulo, até seguir para Bueno Brandão, ao Sul de Minas. Já vindo de Belo Horizonte, o caminho é pela rodovia MG-290.

Ao chegar ao Caminho de Graças e Prosas, a trilha busca incentivar caminhadas e pedaladas de longo curso, apoiar o turismo gastronômico e preservar áreas ao longo do trajeto, que inclui cachoeiras e aspectos históricos associados aos participantes da Inconfidência Mineira.

Rota das 10 Cachoeiras

  • Distância da trilha: 91 km
  • Duração do percurso: Oito dias
  • Bioma: Mata Atlântica e Cerrado
  • Dificuldade da Trilha: Moderado/Difícil
  • Altitude máxima: 1.400 metros
  • Altimetria positiva: 1.200 metros
  • Altimetria negativa: 1.100 metros
  • Municípios abrangidos: Conceição do Mato Dentro
  • Aeroporto mais próximo: Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport) a 157 km.
Cachoeira localizada em Conceição do Mato Dentro | Foto: Divulgação Índio Ecotour Viagens – Agência de Turismo Ecológico

Como chegar?

Pela MG-10, no sentido Conceição do Mato Dentro, após a Serra do Cipó, o viajante encontra a melhor estrada rumo a Rota das 10 Cachoeiras. Já a Rota das 10 Cachoeiras é composta por diversos trechos que atravessam comunidades quilômbolas e paisagens cênicas constituídas de uma rica biodiversidade, na margem e interior do Parque Estadual Serra do Intendente e do Parque Natural Municipal do Tabuleiro.

Para diversificar a experiência a rota está dividida em quatro trechos. Pelo trajeto há cachoeiras, experiências rurais, aspectos históricos, cânions, mirante, pico para escalada, canionismo e turismo de base comunitária com áreas de banho.

Grupo de turistas visitam gruta em espaço arqueológico do Estado | Foto: Divulgação Índio Ecotour Viagens – Agência de Turismo Ecológico

Trilha Brigadeiro Caparaó

  • Distância da trilha: 250 km
  • Duração do percurso: 12 a 15 dias
  • Bioma: Mata Atlântica
  • Dificuldade da Trilha: Moderado
  • Altitude máxima: 2.891 metros
  • Altimetria positiva: 979 metros
  • Altimetria negativa: 1.009 metros
  • Municípios abrangidos: Fervedouro, Carangola, Espera Feliz, na Zona da Mata
  • Aeroporto mais próximo (km): Aeroporto Regional do Vale do Aço a 223 km e o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport) a 307 km.

Como chegar?

De carro, pela BR-116 vá até a cidade de Fervedouro, na Zona da Mata mineira. Depois pela BR-482 siga até a entrada do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, pela portaria identificada como Pedra do Pato.

Ao chegar no Brigadeiro Caparaó, a trilha é de longo curso que conecta duas importantes Unidades de Conservação da Zona da Mata Mineira, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro e o Parque Nacional do Caparaó e fecha a Trilha Transmantiqueira. As duas Unidades de Conservação pertencem ao braço norte desta importante cadeia de montanhas brasileiras.

O objetivo da trilha é ser uma ferramenta de conservação, através do corredor ecológico construindo, em conjunto, com os caminhantes, além de contribuir com o desenvolvimento econômico local, gerando emprego e renda na zona rural e ser uma ferramenta de saúde e lazer, estimulando o turismo de experiência e a sensibilização para a importância da Mata Atlântica e das Unidades de Conservação.

Circuito Ernestina

  • Distância da trilha: 60 km
  • Duração do percurso: 1 dia
  • Dificuldade da trilha: Moderado
  • Bioma: Mata Atlântica
  • Altitude máxima: 861 metros
  • Altimetria positiva: 1.071 metros
  • Altimetria negativa: 1.071 metros
  • Municípios abrangidos: Carangola, Caiana e Faria Lemos, na Zona da Mata
  • Aeroporto mais próximo (km): Aeroporto Internacional de Vitória – Eurico de Aguiar Salles a 293 km ou pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport) a 368 km.

Como chegar?

Para chegar ao Circuito Ernestina, a chegada ocorre por Carangola, Faria Lemos ou Caiana, cidades mineiras da Zona da Mata, com viagem pelas rodovias BR-116, BR-482 ou pela MG-111. Na Zona da Mata Mineira, seguindo o antigo trajeto da estrada de ferro da Leopoldina Railway Company, cercado de bonitas paisagens, gastronomia, cultura e tradição, o Circuito Ernestina tem como objetivo conectar paisagens, reflorestar a Mata Atlântica, ser ferramenta de saúde e lazer, além de gerar emprego e renda na zona rural

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