Semana Santa lota hotéis no interior do Estado

A Semana Santa – entre os dias 29 e 31 de março – é um período esperado com ansiedade por toda a cadeia produtiva do turismo e gera uma grande oportunidade, especialmente para os hotéis no interior do Estado. O feriado religioso – que para alguns afortunados começa na quinta-feira, 28 – movimenta destinos religiosos e também outras cidades que oferecem tranquilidade e sossego, especialmente para famílias com crianças.

Dados da Secretaria de Estado de Turismo e Cultura de Minas Gerais (Secult-MG) apontam que o período da Semana Santa deve atrair 400 mil turistas ao Estado. Lançada recentemente, a segunda edição do programa turístico Minas Santa impulsiona a movimentação turística em cerca de 600 municípios participantes do projeto. Procissões, encenações da Paixão de Cristo, missas solenes e feitura de tapetes devocionais fazem parte da programação.

Na cidade de Piranga (Zona da Mata), a 170 quilômetros de Belo Horizonte, o Chalé Caixinha & Marcelina aposta no contato direto com a natureza e, segundo o proprietário, Ricardo dos Santos, entre os principais atrativos estão as refeições à beira da cachoeira, especialmente o café da manhã. São três chalés e um espaço de camping para até 50 barracas.

”Este ano tem sido muito bom e temos frequentemente passado os finais de semana com lotação completa. Já estamos lotados para a Semana Santa. Fizemos uma programação especial com música ao vivo no sábado e contratei mais duas pessoas para ajudar durante o feriado”, explica Santos.

O empreendimento, que teve início em 2022, integra o Circuito Vilas e Fazendas, constituído pelas cidades de Caranaíba, Casa Grande, Catas Altas da Noruega, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Itaverava, Lamim, Piranga, Queluzito, Rio Espera, Santana dos Montes e Senhora de Oliveira.

“Essa é uma região linda e muito pouco conhecida. Temos, por exemplo, o Distrito do Bacalhau, que remonta ao Brasil Colônia, com uma história e arquitetura tão importante como a de Congonhas (região Central), mas que quase ninguém conhece. A maioria dos nossos hóspedes vem das cidades próximas e de Belo Horizonte”, pontua o proprietário do Chalé Caixinha & Marcelina.

No Sul de Minas, Caxambu é uma das riquezas do Circuito das Águas. A cidade de 21 mil habitantes, segundo os dados do Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abriga o maior complexo hidromineral do mundo, com 12 fontes de águas minerais, gasosas e medicinais, com propriedades diferentes umas das outras, além de abrigar o único Gêiser em funcionamento no Brasil.

Lá está o Hotel Glória Caxambu, que remonta aos áureos tempos do cassino, no início do século passado, que ocupa uma área de 25 mil m², em frente ao Parque das Águas. Conforme o gerente do Hotel Glória Caxambu, Alexandre Moura, a expectativa é que a lotação chegue a 95%, superior em 20% em relação ao mesmo período do ano passado.

“A Semana Santa mais cedo em relação a 2023 (que aconteceu entre 9 e 11 de abril) facilitou para a hotelaria. Ainda existe uma demanda reprimida da pandemia e, como estamos no Sul de Minas, próximos ao Rio de Janeiro e São Paulo, temos visto um aumento significativo de turistas desses estados. Destinos que estão a até 300 quilômetros e permitem o acesso por via rodoviárias são bastante demandados”, avalia Moura.

Para agradar os hóspedes nessa Semana Santa, o hotel investiu em oficinas de chocolate, caça aos ovos de Páscoa e noite de queijos e vinhos, entre outras atrações. O hotel também preparou uma série de atividades para crianças e adultos com a equipe de recreação e apresentações musicais. Quem quiser relaxar, pode usar o Espaço Bem-Estar Las Águas, que conta com saunas a vapor e seca, piscina de contraste com hidromassagem e sala de repouso (incluídos na diária). Há também as opções das duchas escocesa e vichy, ofurô, massagens relaxantes e estéticas e banheiras de hidromassagem com valores cobrados à parte. Para dar conta de todo o trabalho, há um crescimento da equipe entre 25% e 30%.

“Seguimos sofrendo com a escassez de mão de obra qualificada. Faltam escolas preparatórias e nós investimos fortemente no treinamento dos novos contratados para garantir a qualidade do nosso atendimento”, afirma o gerente do Hotel Glória Caxambu.

Na zona rural de Itapecerica (região Centro-Oeste), o Hotel Capetinga conta com 21 quartos. O espaço, procurado especialmente por casais e famílias com crianças, está com 40% de reservas e espera lotar até o início do feriado. Para o proprietário do Capetinga, Luiz Guilherme Pereira, o ano tem sido bastante duro, mas os hóspedes de última hora costumam encher o lugar nos feriados prolongados.

“O comércio está muito parado, mas a expectativa é grande. O pessoal deixa para a última hora. No Carnaval aconteceu isso e lotamos. Se tivesse mais quartos, teria alugado. A procura já vem aumentando desde a última semana”, revela Pereira.

Sem internet nos quartos, o hotel aposta em oferecer uma vida mais simples e sossegada aos hóspedes. Está nos planos deste ano reformar e ampliar o pesqueiro e o parquinho, além de construir uma quadra de beach tennis.

Acostumado a trabalhar em família – com esposa, pais e sogros – o empresário deve contratar mais dois garçons e duas cozinheiras para esse período.

“O objetivo aqui é que as pessoas tenham tempo para conversar, se reconectar com a natureza, brincar com as crianças. Nosso lema é ‘a minha família recebendo a sua’ porque isso é verdade. As crianças chegam e logo chamam meus pais e sogros de vovó e vovô. As pessoas, especialmente as crianças, estão presas em espaços cada vez menores. Queremos que aqui elas tenham espaço e tempo para a felicidade”, completa o proprietário do Hotel Capetinga.