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Aberta as inscrições para o Educar para Transformar MRV

Aberta as inscrições para o Educar para Transformar MRV
Crédito: Divulgação

Estão abertas as inscrições para a 8ª edição do Educar para Transformar, do Instituto MRV.  A iniciativa, que tem como objetivo promover projetos sociais na área da educação, busca, neste ano, incentivar propostas voltadas para a redução dos impactos do afastamento dos alunos das escolas devido às medidas de controle da pandemia da Covid-19.

Segundo a coordenadora do Instituto MRV, Blenda Costa Alves, os desafios para a educação são muitos, já que os alunos ficaram afastados das escolas por um longo período. “Nós queremos que os alunos voltem, que eles tenham a vontade de voltar. E o Educar para Transformar incentiva o uso de metodologias ativas de ensino, prática que dá mais vida à escola e estimula o envolvimento do aluno com sua própria aprendizagem”, afirma Blenda. 

As inscrições

Até 10 de setembro, as Organizações da Sociedade Civil (OSC) que atuam junto a escolas públicas e alunos do ensino fundamental II e médio, localizadas em uma dos 163 municípios de atuação da MRV, poderão submeter suas iniciativas ao Instituto, respeitando os critérios divulgados no edital. Após a seleção por parte do Instituto MRV, os projetos passarão por votação popular, uma estratégia para engajar as comunidades que estão próximas às escolas.

Os projetos vencedores receberão, ao longo de 2 anos, o acompanhamento do Instituto MRV, capacitações e um apoio financeiro de R$ 200 mil, o qual será direcionado, principalmente, para desenvolver pessoas e fazer aquisições de materiais que auxiliem na proposta das metodologias ativas ao espaço maker.

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Para se ter ideia do alcance da iniciativa, em suas 7 edições anteriores, o Instituto MRV investiu R$ 3,2 milhões em 46 projetos vencedores — entre 3.699 propostas inscritas. A organização estima, ainda, que 54 mil pessoas foram beneficiadas por meio do Educar para Transformar.

Educar para Transformar em Minas Gerais

Em Minas Gerais, conforme dados do Instituto MRV, seis projetos foram beneficiados. O Plantando Saberes, da Escola Municipal Professor Paulo Freire, localizada no bairro Ribeiro de Abreu, em Belo Horizonte, foi um dos vencedores da última edição. 

De acordo com o diretor de projetos da Associação Movimenta Brasil, Marcelo Sena Jaques, que já atuava na instituição de ensino desde 2016 com projetos esportivos,  o edital foi uma oportunidade para aprimorar o trabalho de funcionárias que mantinham uma horta na escola e uma agrofloresta com árvores frutíferas. 

“Com o projeto, nós conseguimos terminar de estruturar as duas hortas que abastecem a cantina com hortaliças, organizar a parte física e também comprar materiais necessários para captar a água dos bebedouros e reaproveitá-la para a irrigação das árvores frutíferas da agrofloresta, que acontece por gravidade”, conta o diretor de projetos.

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Ainda segundo Marcelo, as aquisições da escola foram pensadas para que a escola produzisse seu próprio alimento. Por isso, o apoio financeiro subsidiou também a compra de minhocário, composteira e de um triturador de material orgânico. Dessa forma, o material da poda também foi aproveitado na própria escola, gerando um sistema de retroalimentação para a  horta. 

Com o retorno das aulas presenciais na Escola Municipal Professor Paulo Freire, os alunos já tiveram contato com a colheita de hortaliças. “Daqui para frente, eles também irão colocar a mão na massa com o adubo e o plantio. Nós deixamos uma parte do solo sem plantação, o que permitirá que eles aprendam o processo desde o início”, explica o diretor de projetos da Movimenta Brasil. 

Metodologias ativas 

O professor de filosofia Felipe Gustavo Pinheiro sempre teve preocupação com a evasão escolar. Para diversificar suas atividades e garantir mais interesse dos alunos, ele começou a introduzir jogos na rotina escolar dos alunos da Escola Estadual Ari da Franca, localizada no bairro Santa Mônica, também em Belo Horizonte. 

“Eu sempre encontrava os alunos jogando baralho. E, a partir disso, eu pensei que os jogos poderiam ter um apelo maior nas atividades. Certa vez, eu lembro que levei um tabuleiro para resolução de problemas de carros para alunos do 1º ano do ensino médio. A cada carta, era necessário resolver um problema matemático. Eles não queriam parar de jogar”, lembra o professor.

A partir dessa iniciativa, nasceu o projeto LudoAprendiz, vencedor do Educar para Transformar também na edição de 2019. Hoje, a escola conta com uma sala adaptada para os jogos, sendo que o prêmio contribuiu para a criação de um acervo de jogos, aquisição de mesas e cadeiras e para a formação de professores. 

“O propósito que essa sala vai cumprir é de desenvolver habilidades e competências emocionais, de cooperação, de sociabilidade, além de complementar os aprendizados teóricos e de linguagem. No pouco que eu utilizei os meus jogos, antes da pandemia, consegui perceber mais interesse dos alunos e a presença nas aulas também cresceu”, afirma Felipe.  
A expectativa do professor é que a escola seja um laboratório para que outras instituições se inspirem e possam levar para seus alunos e como fomento da inclusão. “O apelo visual dos jogos para pessoas surdas é interessante. Se o professor tem a base da Língua Brasileira de Sinais, por exemplo, a parte visual será uma quebra de barreira para todos ali”, acredita.

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