ACMinas quer incluir aulas de xadrez nas escolas mineiras; Nova Lima terá torneio na próxima semana

O projeto da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas) para levar a prática do xadrez para as escolas mineiras já está acontecendo. O próximo passo da iniciativa se concretiza já na próxima quarta-feira (25), com o 1º torneio de Xadrez da Escola Municipal César Rodrigues, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), realizado em parceria com a Secretaria de Educação de Nova Lima.
O evento, que será realizado após as aulas matutinas, envolve alunos do projeto Escola Integrada e convidados, que são pais e ex-alunos da escola, além do campeão de xadrez de Nova Lima, Pedro Faria.
A Escola Municipal César Rodrigues é a segunda unidade de Nova Lima que já vive o programa de ensino do xadrez na Escola Integrada. O professor da modalidade na instituição, Hélio Nonato, conta que desde o início do ano a iniciativa tem ajudado os alunos da cidade.
“O xadrez, além de ensinar a ganhar e perder, ou empatar, ainda trabalha com matemática, português, habilidade de falar em público, autoestima. Além disso, sempre tentamos dar mimos aos alunos para valorizar o esforço”, explica o professor.
Segundo o professor Antônio Cabral, presidente do Conselho de Educação da ACMinas, o projeto partiu de uma visita a um torneio em Belo Horizonte, que foi o ponto de partida para a ideia de expandir o ensino da modalidade nas escolas mineiras, a começar pela RMBH.
“O xadrez é muito importante porque é uma atividade que desenvolve o raciocínio, a lógica e a estratégia, e também ensina o saber ganhar e perder, promove os relacionamentos e é uma atividade que acalma. Crianças e adolescentes, hoje em dia, costumam estar sempre muito agitados, além de ficarem super focados no celular, que domina as mentes e não estimula. Já o xadrez é uma atividade que desenvolve a concentração mental”, explica Cabral.
Xadrez como prática multidisciplinar
O xadrez é um jogo de estratégia disputado por dois jogadores, que com movimentações específicas de cada peça, visam chegar ao xeque-mate, que ocorre quando a peça rei do adversário é tomado e o jogo é vencido.
A prática foi reconhecida como esporte em 1999 pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e é usada em diversos ambientes educacionais para estimular o raciocínio.
O projeto da Escola Municipal César Rodrigues, por exemplo, é direcionado aos alunos do 5º ano do ensino fundamental, com idades entre 10 e 11 anos.
Nas escolas em que atua, o professor de xadrez Hélio Nonato trabalha com estratégias para incentivar o aprendizado e o relacionamento entre os estudantes. “Orientamos que um aluno ensine o outro, e acompanhamos o desenvolvimento deles”, completa.
Assim, além do espírito competitivo, o xadrez é uma prática que combina diversos saberes, trabalhando com a mente e as relações sociais entre as crianças.


Como funciona o torneio de xadrez
O torneio na escola em Nova Lima vai funcionar em formato de rodadas, com os alunos, ex-alunos e pais convidados. O pareamento para as disputas será realizado por meio de um sorteio on-line. Após a primeira rodada, serão realizados jogos entre os vencedores, os que perderam e os que empataram.

Ao final de quatro rodadas, acontece a final do torneio, realizada com as duas pessoas que não perderam nenhuma partida. Os demais jogadores terão os pontos somados para o ranqueamento ao final do torneio.
Na escola César Rodrigues, que está no projeto há apenas três meses, este é o primeiro torneio.
Já em outra instituição, a Escola Municipal Benvinda Pinto Rocha, também em Nova Lima, o projeto vem funcionando durante todo o ano. A instituição já vivenciou este evento quatro vezes.
Ensino do xadrez tem dado certo em outras escolas
Em Minas Gerais, iniciativas como esta também já acontecem, como o Projeto Xeque-Mate, que existe há 17 anos na Escola Estadual Padre João Parreiras Villaça, localizada em Carmo do Cajuru, no região Oeste de Minas.
Segundo a escola, o projeto tem enriquecido a formação dos estudantes por meio de aulas teóricas e práticas. Ali, eles aprendem os movimentos das peças e também exploram a história e os benefícios do xadrez.
Para a instituição, a atividade estimula o crescimento social e intelectual. Além disso, o projeto tem impulsionado o desempenho dos estudantes em avaliações internas e externas, e conquistas em competições, como a Olimpíada Brasileira de Matemática (Obmep), e também no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Outro exemplo de como a prática pode ser positiva nas escolas foi a divulgação, nessa quinta-feira (19), dos três finalistas do Prêmio Melhores Escolas do Mundo, em inglês, World’s Best School Prizes, em 2024. Em uma das categorias, está a Escola Estadual Deputado Pedro Costa, de São Paulo, que dentre as atividades extras oferecidas, tem a prática de xadrez.
Segundo a organização do prêmio, esses programas têm demonstrado sucesso, evidenciado pelo aumento da participação dos alunos em campeonatos nacionais e pela maior coesão comunitária.
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