Caminhos de Guimarães Rosa serão sinalizados

Agora será mais fácil percorrer os caminhos de João Guimarães Rosa (foto acima), mencionados pelo escritor mineiro no livro “Grande Sertão: Veredas”. E que o Circuito Turístico Guimarães Rosa terá sinalização. Serão investidos cerca de R$ 800 mil para instalação dos equipamentos, entre eles, dez portais nas entradas dos municípios que fazem parte do roteiro. A documentação final do projeto, que será executado pela Secretaria de Estado da Cultura e do Turismo (Secult), foi concluída.
O gestor da Instância de Governança Regional (IGR) Guimarães Rosa, Marcos André Malaquias, entregou, na segunda-feira (21), ao secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, a documentação final do projeto. A identificação prevê a instalação de dez pórticos de entrada em cada cidade do Circuito, com frases do escritor, outras referências da identidade regional e totens sinalizando dois importantes roteiros turísticos: o Caminho da Boiada e o Travessia da Fé.
O circuito nasceu de experiências realizadas por amantes da literatura, que percorrem o sertão de Minas para conhecer as paisagens e os lugares onde se passam as histórias do autor. Atualmente, fazem parte do circuito os municípios de Araçaí, Buritizeiro, Corinto, Curvelo, Felixlândia, Inimutaba, Morro da Garça, Pirapora e Presidente Juscelino, além da Basílica de São Geraldo em Curvelo. O circuito se localiza na confluência de três mesorregiões do Estado: Norte, Central e Metropolitana de Belo Horizonte.
O Caminho da Boiada, percorrido por Guimarães Rosa, liga a cidade de Três Marias à cidade de Araçaí, passando por Corinto, Morro da Garça, Curvelo e Cordisburgo, com cerca de 290 km.
Já o roteiro Travessia da Fé liga a basílica de São Geraldo em Curvelo ao santuário de Nossa Senhora da Piedade, na cidade de Felixlândia, dois ícones religiosos da região e do Estado destacados pelo gestor do circuito Marcos André Malaquias. “A Basílica de São Geraldo é única no mundo e o Santuário de Nossa Senhora da Piedade preserva uma imagem da Pietá do Mestre Aleijadinho”, conta Malaquias.
Em maio de 1952, o escritor cordisburguense João Guimarães Rosa realizou uma viagem pelo interior mineiro que serviria de inspiração para o livro “Grande Sertão: Veredas”. Acompanhado por grupo de vaqueiros e sua boiada, e por uma equipe de reportagem da revista O Cruzeiro, Guimarães passava os dias “pernoitando em ranchos improvisados, almoçando à sombra de pequenos arbustos do sertão. O escritor, os boiadeiros e os repórteres – pela importância que a obra em elaboração e o autor viriam a ter – foram atores de uma viagem histórica” , segundo a reportagem.
Os registros da viagem foram publicados na Revista “O Cruzeiro” em reportagem assinada por Álvares da Silva e registrada pelo fotógrafo Eugênio Silva. O livro “Grande Sertão: Veredas” consagrou Guimarães Rosa como um dos maiores escritores de língua portuguesa do século XX. (As informações são da Secult)
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