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Edifício Acaiaca, em BH, busca parceiros para concluir revitalização

Reconstituição de bunker é uma das entregas com recurso próprio da administração do prédio
Edifício Acaiaca, em BH, busca parceiros para concluir revitalização
Crédito: Alexandre Fraga/Reprodução

Os administradores do tradicional edifício Acaiaca, na região Central da capital mineira, buscam parceiros e investidores para concluir o projeto de revitalização do prédio que pertence à memória afetiva dos belo-horizontinos. Desde que começaram as revitalizações, há sete anos, a administração já empenhou cerca de R$ 5 milhões no projeto e pretende, agora, fazer parcerias para concluir as intervenções.

Com o objetivo de trazer de volta ao cenário cultural, artístico e paisagístico da cidade, a revitalização total pretende trazer à tona o papel crucial que o empreendimento comercial já desempenhou no passado. E os projetos são ambiciosos.

O plano é que o edifício de 30 andares, que já abrigou cinema, lojas, boate, escola, a sede da Varig, de grupos políticos, do Sindicato das Indústrias de Tecelagem, abrigou a primeira televisão mineira – a TV Itacolomi – e até o curso de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conte com um elevador panorâmico do 25º para 30º e uma tirolesa até o Parque Municipal. Mas para isso, ainda depende de parceiros.

“Fizemos tudo, até hoje, com recursos próprios. O prédio é tombado e todos os projetos estão aprovados na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Se não conseguirmos apoiadores, continuaremos a executar o projeto devagarinho como temos feito até hoje”, explica o administrador do Acaiaca, Antônio Miranda.

Aos 86 anos, o administrador do prédio explica que a ideia é trazer de volta tudo o que Acaiaca já representou para Belo Horizonte, em forma de circuito cultural, integrando a população a uma parte fundamental da história da Capital. “Vamos precisar de apoio de entidades de classe, de empresários e investidores que compartilham com esta ideia”, pondera.

Reprodução do projeto da tirolesa que ligará o topo do Edifício Acaiaca ao Parque Municipal | Crédito: Alexandre fraga/Repodução

Bunker para visitação

Concluído em 1947, a construção do edifício incluiu, no subsolo, um abrigo antiaéreo – também chamado de bunker – em conformidade a um decreto instituído, em 1942, pelo ex-presidente Getúlio Vargas, em meio a Segunda Guerra Mundial. À época, de acordo com o atual arquiteto responsável pelas obras, Alexandre Fraga, foram construídas quatro células que estavam sendo utilizadas como depósito e que, agora, foram revitalizadas para serem abertas à visitação.

“Reconstituímos duas dessas células (espaços do subsolo) e uma antecâmara, que são chuveiros para eliminar possíveis contaminações químicas. Estamos sendo o mais fiel possível ao projeto original”, explica Fraga.

De acordo com Miranda, a ideia é que o bunker preserve e fomente a memória da cidade. Segundo ele, a inauguração poderá ocorrer em 90 dias, mas a data ainda não está 100% confirmada. “Claro que teremos uma forma de arrecadação para manter esta estrutura, mas nosso objetivo não é o dinheiro, mas sim dar um presente para a cidade”, diz.

Planta antiga do banker e perspectiva da revitalização | Crédito: Alexandre Fraga/Reprodução

Mirante será inaugurado este mês

Outra novidade prevista para ser inaugurada ainda este mês é o mirante do 26º andar. Em fase final de revitalização, o arquiteto Alexandre Fraga explica que o local teve o telhado removido e impermeabilizado para a criação do novo espaço. “Reaproveitamos a madeira e fizemos os pergolados do novo ambiente”, explica.

Conforme o administrador, neste espaço, as visitas serão geridas pela equipe do Terraço Acaiaca, empresa que já ocupa o 25º andar e oferece espaço para confraternizações e reuniões corporativas.

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