Empresas e sociedade civil do Estado se mobilizam na campanha SOS Chuvas

Foi lançada nesta semana a campanha SOS Chuvas, da Cruz Vermelha em conjunto com o Serviço Social Autônomo (Servas), em Minas Gerais. A ação humanitária ocorre antecipadamente e preventivamente em proteção às possíveis vítimas de futuros desastres naturais que possam ocorrer em 2023. Isso porque segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o Estado fica no topo do ranking nacional de ocorrências envolvendo famílias desabrigadas, desmoronamentos, mortes, dentre outros fatores resultantes do período chuvoso. No intervalo de 2013 e 2022, foram registradas cerca de 8.095 ocorrências.
Para angariar fundos em prol dessas famílias e de cidades mineiras em estado de calamidade pública, a campanha conta com o reforço da Defesa Civil, Ministério Público, Governo de Minas Gerais e Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem (CDL/Jovem). Juntas, os órgãos movimentam empresas e a sociedade civil para realizarem doações em assistência à Cruz Vermelha.
Importante parceria dessa ação é o Servas que tem potencializado de forma histórica no início deste ano, com a distribuição de 450 toneladas de donativos, entre alimentos e produtos de higiene aos desabrigados em todo o Estado. “Essas doações foram destinadas aos municípios com decreto de calamidade reconhecidos pela Defesa Civil, que inclusive, tem sido a nossa parceira para entregar essas doações às famílias e aos municípios cadastrados”, explica a diretora executiva do órgão, Renata Lanza.
Já para 2023, Lanza conta que a parceria da Servas com a Cruz Vermelha vai iniciar um momento histórico. “Na campanha, a nossa expectativa é que tudo possa ser potencializado, inclusive abrangendo um número muito maior de pessoas”, prevê a representante do órgão que celebra neste ano 70 anos de fundação, ajudando 2.000 entidades assistenciais cadastradas em todo o Estado, por meio de um convênio com o governo mineiro.
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Cartão humanitário potencializa recursos
Avaliando os bons resultados de um cartão humanitário criado ainda no início deste ano que beneficiou milhares de famílias pelo Estado, a ação será repetida mais uma vez. Na prática, toda a arrecadação realizada pelas empresas e sociedade civil durante as mobilizações da campanha serão depositadas numa conta bancária conjunta da Cruz Vermelha com a Servas.
Assim como realizado no início deste ano, em que totalizou a produção de 5.044 cartões, a estimativa é que o número seja maior com a chegada das chuvas que pode se estender até o fim de março de 2023, conforme aponta a presidente da CDL/Jovem, Raquel Ferreira.
“A CDL apoiou pela primeira vez a ação dos cartões humanitários, mobilizando as empresas, outras entidades, os próprios comerciantes e elevando uma soma de R$ 125 mil em doações. Com a nossa contribuição e com as demais contribuições, o volume permitiu que cada cartão tivesse um crédito de R$ 250 para consumo de itens de higiene pessoal, assim como de alimentação”, detalha Ferreira.
Para ter o maior controle de famílias pelo Estado, assim como para realizar as entregas dos cartões, a Defesa Civil em conjunto com as prefeituras municipais de locais em calamidade, e com os apoios da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Minas Gerais realizou um mapeamento que contribuiu para o cadastro de nomes, em decorrência de outras calamidades já acompanhadas de caráter emergencial e minucioso.
Somente no último período de chuvas intensas, que ocorreu entre o final de 2021 até março de 2022, um total de 140 cidades mineiras decretaram estado de calamidade. Já um balanço monitorou de 13.756 famílias ficaram desalojadas, 3.481 famílias desabrigadas, e 19 mortes confirmadas. Os registros são da Defesa Civil de Minas Gerais. “É triste dizer isso, mas é a realidade. Todos os anos a gente já sabe que vários municípios do Estado serão afetados e que milhares de pessoas vão precisar de nós”, pontua o presidente da Cruz Vermelha de Minas Gerais, Ricardo Márcio de Oliveira.
Eficiência aumentou resposta rápida em prol das famílias
Devido aos altos custos que envolvem armazenamento, aquisição, separação, empacotamento e logística de distribuição, optar pela recarga de cartões alimentação e outros benefícios possibilitou uma resposta mais rápida e efetiva para as famílias que aguardavam por doações.
Além disso, o Cartão Humanitário conseguiu também contemplar os pequenos comerciantes que sofreram diretamente com a queda do poder aquisitivo de seus clientes, e permitiu que as famílias tivessem autonomia para a compra nos seus estabelecimentos de preferência. “Dessa forma, permitimos que a economia local continuasse funcionando e que estabelecimentos importantes para essas famílias não fechassem as portas”, conclui o presidente da Cruz Vermelha.
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