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IDEIAS | As crianças e a pandemia

IDEIAS | As crianças e a pandemia
Crédito: Pixabay

Este articulista resistiu enquanto pôde a não escrever ou discutir com as pessoas sobre o maldito vírus. Sei pouco dele para opinar cientificamente e sou como o leitor: não aguento mais tantas opiniões diferentes de especialistas sobre tratamento e vacina pelas redes sociais e lamento profundamente a quantidade de mortos.

Somente o faço agora por que está se aproximando o aniversário de minha netinha e quando o pai dela perguntou o que ela queria de presente, ouviu “você pode me dar um amiguinho pra brincar comigo?” Desmontei na hora.

Somente aí tomei conhecimento de que os consultórios pediátricos estão cheios de crianças deprimidas e tomando medicamentos antes indicados e receitados apenas para adultos cheios de ansiedade e angústia. Esses diagnósticos têm uma única etiologia: prisão domiciliar compulsória. A criançada implora por contato de amiguinhos de sua idade e com quem se identifica e quer brincar apenas com eles. Inútil desejo por que as escolas infantis, um abnegado negócio facilitador da vida de milhares de mães nas quais os filhos se encontravam, fecharam uma atrás da outra, em uma triste sucessão pandêmica e os primos, tios e avôs estão retidos em casa até em fim de semana pelo mesmo motivo. Daí o desalento delas.

Sofrem as crianças pela ausência dos amigos da escola, sofrem os pais por ver os filhos deprimidos e sofrem os avôs conhecedores das dificuldades vividas por todos os envolvidos e o grupo percebe que é impotente para resolver o problema. Tudo isso em curto prazo.

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Em longo prazo a questão é maior. Como recuperar um ano perdido em escolas de adolescentes que já apresentavam dificuldades por causa de grade escolar apenas razoável, fabricantes de alfabetizados funcionais? Pelo andar do realejo atual, 2021 será tão pouco promissor quanto foi o ano passado e teremos dois anos que, no futuro, servirão de explicações de falhas escolares presentes e com deficiências muito antes da pandemia.

Enquanto tudo isso não passa, onde encontrar um “amiguinho” pra brincar com a Clarinha?

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