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Mais de 500 mulheres são agredidas por hora

São Paulo – Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima que mais de 16 milhões de mulheres, cerca de 27,35% das brasileiras, sofreram algum tipo de violência durante o ano passado. De acordo com a pesquisa, 536 mulheres são agredidas por hora no País, sendo que 177 sofrem espancamento.

A pesquisa do Instituto Datafolha ouviu 2.084 pessoas em 2018. Mais da metade (52%) das entrevistadas declarou que não procurou ajuda após as agressões; 15% falaram sobre o assunto com a família; 10% fizeram denúncia em delegacias da Mulher; 8% procuraram delegacias comuns; 8% procuraram a igreja e 5% ligaram para o telefone 190 da Polícia Militar.
A violência foi cometida, em 76,4% dos casos, por conhecidos, como cônjuge (23,9%), ex-cônjuge (15,2%), irmãos (4,9%), amigos (6,3%) e pais (7,2%).

Os números indicam que o grupo mais vulnerável está entre os 16 e os 24 anos, pois 66% das mulheres nessa faixa etária sofreram algum tipo de assédio. Na faixa dos 25 aos 34 anos, o índice é de 54% e, dos 35 aos 44 anos, de 33%.

O assédio, que, segundo a pesquisa, atingiu 37% das mulheres, aparece em forma de cantadas ou comentários desrespeitosos ao andar na rua (32%), cantadas ou comentários desrespeitosos no ambiente de trabalho (11,46%) e assédio físico no transporte público (7,78%).

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Em casas noturnas, 6,24% das mulheres disseram que foram abordadas de maneira agressiva, com alguém tocando seu corpo; 5,02% foram agarradas ou beijadas à força e 3,34% relataram tentativas de abuso por estarem embriagadas.

Polícia – A paisagista Elaine Caparroz (foto), violentamente agredida durante um encontro, pelo advogado Vinícius Serra, fez um apelo para que vizinhos ajam e chamem a polícia sempre que escutarem uma mulher pedindo por socorro. Ela prestou depoimento, na última segunda-feira (25), na 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, à delegada Adriana Belém.

“Eu acho que isso é uma coisa importante, porque se tivesse alguém arrombado a porta, eu não teria passado tudo o que eu passei. Então é muito importante que alguém, quando ouve por socorro, realmente dê o socorro”, disse Elaine, ainda visivelmente abatida e com as marcas das agressões no rosto e no restante do corpo.

Ela também fez questão de agradecer às pessoas que a socorreram, após a sessão de agressões impetrada por Vinícius, o jovem que ela conheceu pela internet e o recebeu em seu apartamento, no último dia 16, na Barra da Tijuca.

“Eu quero agradecer às pessoas que salvaram a minha vida, porque quando fui encontrada, estava praticamente morta. Gostaria de agradecer a todo o trabalho impecável da polícia e espero que a Justiça ratifique esse trabalho, porque eu estou tendo a oportunidade de expor tudo o que eu passei, mas muitas mulheres não têm essa oportunidade. Então eu espero, de coração, que isso mude no Brasil, que a Justiça possa dar uma atenção maior para a gente conseguir combater esse tipo de crime e evitar que esses delinquentes fiquem soltos, com penas mais rígidas. Pois não adianta você denunciar e depois eles saem e voltam a cometer novos crimes ou até acabar o que eles começaram”, declarou Elaine.

A delegada Adriana Belém disse que concluiu o inquérito e o remeteu à Justiça, que poderá pedir novas investigações, se for o caso. Segundo ela, Vinícius foi enquadrado por tentativa de feminicídio, independentemente se ele for avaliado, posteriormente, com algum problema mental, como chegou a argumentar, de que teve um surto.

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