Sessão da Meia-Noite exibe filme do Zé do Caixão

O inventivo universo de Zé do Caixão, personagem criado por José Mojica Marins e já integrado ao imaginário cultural brasileiro, chega ao Palácio das Artes em uma faixa de programação que não poderia ser outra, a Sessão da Meia-Noite. O Cine Humberto Mauro exibe, à 0h do próximo dia 23 (de sexta-feira para sábado), o clássico de terror nacional “À Meia-Noite Levarei sua Alma” (1964), escrito, dirigido e protagonizado por Mojica, e que completa 60 anos de lançamento em 2024. A sessão é gratuita, com retirada de ingresso exclusivamente pela plataforma Eventim, a partir de 12h de amanhã. A classificação indicativa é de 16 anos.

A Sessão da Meia-Noite é uma faixa de programação especial do Cine Humberto Mauro, idealizada para servir como um ponto de encontro social, atraindo um público diversificado e proporcionando um espaço onde as pessoas podem se reunir, discutir o filme e celebrar a cultura da sétima arte. A ideia deste projeto é trazer à audiência filmes provocadores e instigantes – obras que, por exemplo, marcaram movimentos de contracultura ou que ocuparam e iluminaram lugares marginais da história do cinema.

A proposta é que cada sessão traga uma experiência diferenciada para ver ou rever os títulos escolhidos para esta programação. Trata-se de uma chance para atravessar a noite na companhia de algum filme marcante.

O cinema de José Mojica Marins é reconhecido por sua ousadia narrativa, explorando terrenos cinematográficos que evocam temas de dilemas eternos, como o medo, o desejo e o sobrenatural. Ao longo de sua carreira, o diretor deixou uma marca indelével na cultura popular ao criar obras que se destacam por sua abordagem criativa, especialmente quando se trata do personagem Zé do Caixão – uma figura meio carnavalesca, meio aterrorizante, que é, de fato, icônica; e cuja identidade passou a se confundir com o próprio artista.

O filme À Meia-Noite Levarei sua Alma apresenta o personagem Zé do Caixão, em sua primeira aparição, como um coveiro peculiar que está em busca de encontrar uma mulher capaz de gerar o filho perfeito para dar continuidade à sua linhagem. A narrativa é marcada por atos brutais e cruéis; e é reconhecida por sua atmosfera sombria, estilo visual distinto e por estabelecer Zé do Caixão como um ícone do cinema brasileiro, contribuindo para a introdução de elementos mais sofisticados de horror no cenário cinematográfico nacional.

Novos públicos

Um dos mais tradicionais cinemas de Belo Horizonte, o Cine Humberto Mauro foi inaugurado em 1978. Seu nome homenageia um dos pioneiros do cinema brasileiro, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), grande realizador cinematográfico. Com 129 lugares, possui equipamentos de som Dolby Digital e para exibição de filmes em 3D e 4K.

Nestes 45 anos de existência, a Fundação Clóvis Salgado tem investido na consolidação do espaço como um local de formação de novos públicos a partir de programação diversificada, bem como através da criação de mecanismos de estímulo à produção audiovisual, com a realização do tradicional FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, e o Prêmio Estímulo ao Curta-metragem de Baixo Orçamento.

O Cine Humberto Mauro também é um importante difusor do conhecimento ao promover cursos, seminários, debates e palestras. Sessões permanentes e comentadas também têm espaço cativo a partir das mostras História Permanente do Cinema, Cinema e Psicanálise, Curta no Almoço, entre outros. Todas as atividades do Cine Humberto Mauro são gratuitas.