Araújo pede apoio aos ministros dos Brics contra presidente venezuelano

Rio – O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, fez um apelo na sexta-feira aos demais chanceleres do Brics para que apoiem o Brasil dando ouvido ao que chamou de grito de liberdade do povo da Venezuela ante o regime do presidente Nicolás Maduro.
Em discurso na abertura de um encontro no Rio de Janeiro dos ministros das Relações Exteriores do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Araújo disse que os venezuelanos estão sendo assolados por miséria e sofrimento decorrente da crise no país.
“Não podemos deixar de ouvir um grito que pede liberdade que vem da Venezuela”, afirmou. “O Brasil tem escutado esse grito e faço apelo para que todos os senhores também o escutem”.
O chanceler brasileiro afirmou que o governo de Maduro se sustenta exclusivamente pela força, produzindo “miséria e sofrimento ao seu povo”, além de um êxodo de cerca de 4 milhões de venezuelanos.
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“Toda a comunidade internacional precisa ouvir esse grito, entendê-lo e agir”, disse Araújo. “Tenho certeza que uma Venezuela democrática vai atender os nossos ideias e interesses. Não é de acordo com nossos ideias e interesses uma Venezuela sucumbindo na criminalidade, na fome e na miséria”.
Araújo afirmou ainda que o Brasil, na presidência do bloco dos países em desenvolvimento, vai focar na busca por resultados práticos e concretos e liderar bandeiras como o combate a crimes transnacionais, terrorismo e fluxos financeiros ilícitos. “A presidência brasileira vêm dedicando atenção especial à segurança”, afirmou.
China – De acordo com Araújo, o governo do presidente Jair Bolsonaro nunca teve qualquer problema com a China, acrescentando que a questão surgiu por conta de como governos anteriores lidaram com as relações com a segunda maior economia do mundo e maior parceiro comercial do Brasil.
Em entrevista a jornalistas depois de se reunir com altas autoridades de China, Rússia, Índia e África do Sul, Araújo acrescentou que os esforços do Brasil para construir uma melhor relação com os Estados Unidos não precisam prejudicar os laços com a China.
“Nunca tivemos qualquer questão com a China. Tivemos uma questão com a maneira como o Brasil estava organizando, ou não organizando, seu relacionamento com a China”, disse o ministro aos jornalistas em inglês. (Reuters)
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