Agronegócio

Dia de Finados movimenta venda de flores 

Crisântemos, kalanchoes, antúrios e sunpatiens devem ser as flores mais procuradas para as homenagens
Dia de Finados movimenta venda de flores 
Entre as maiores demandas do Dia de Finados estão vasos de crisântemos, segundo Ibraflor | Crédito: Divulgação/Ibraflor

O Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, vai movimentar o mercado de flores. A estimativa é que a data responda por 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor, que em 2023 deverá alcançar R$ 20,2 bilhões no País. Apesar de nos últimos anos a tradição ter perdido forças, a data é importante para o setor e vai ajudar a alavancar o crescimento anual. A estimativa é que o setor de flores no Brasil cresça cerca de 8% a 10% frente a 2022 – não somente na data especial. O cenário em Minas Gerais, importante produtor, é equivalente ao nacional.

Conforme o diretor técnico do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Mattheus Pizzinatto Yeda, as expectativas de vendas para a data são positivas, mesmo com a tradição de levar flores aos cemitérios estar esmorecendo. 

“A data vem perdendo um pouco a tradição porque as gerações mais novas não têm o costume de homenagear os mortos como antigamente. Mas, o Dia de Finados ainda é uma data importante para o setor de flores e responde por 3% do PIB. Somente este ano, as vendas para o Dia de Finados devem movimentar R$ 606 milhões a nível nacional. O que é significativo”. 

Desempenho das vendas de flores para o Dia de Finados

As vendas devem ser melhores que no ano passado. Conforme Pizzinatto, o processo eleitoral de 2022 e a Copa do Mundo afetaram de forma negativa o desempenho das vendas.

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Ele explica ainda que não é possível estimar em quanto as vendas serão melhores, já que nos últimos anos, foram muitas as interferências no desempenho do setor. 

“No ano passado tivemos a eleição, que foi bem próxima à data, o que aliado com a Copa do Mundo prejudicou as vendas. A expectativa é que este ano seja bem melhor. O otimismo é grande, assim como os volumes de flores que estão saindo das floriculturas para o mercado. Agora, precisamos do consumidor ir às compras para completar o ciclo. Não é possível estimar um índice de crescimento, depois da pandemia – foram dois anos de cemitérios fechados – o mercado está muito imprevisível”, disse. 

A procura pelos produtos mais tradicionais nesta época está grande. Entre os mais demandados estão os vasos de crisântemos – que representam até 50% das vendas para o Dia de Finados -, os de kalanchoes, antúrios e sunpatiens.

“A maior venda é de flores de vasos, já que há proibição em vários cemitérios da colocação de flores cortadas em recipientes com água, visando a prevenção da dengue”.

Conforme o Ibraflor, ao comprar as flores de vasos, os consumidores também consideram a beleza das flores, a durabilidade e a resistência ao calor.

Resultado anual

Em 2023, o desempenho do setor de flores vem sendo melhor que o ano anterior. A estimativa é que o PIB cresça cerca de 8% a 10% frente a 2022, chegando a R$ 20,2 bilhões. Minas Gerais, que é o segundo maior produtor, atrás só de São Paulo, segue o ritmo nacional. 

Entre os pontos que têm favorecido os resultados estão a retomada dos mercados, principalmente, para as flores de corte, que foram as mais prejudicadas durante a pandemia. Com a retomada das festas e eventos, a demanda segue aquecida. 

De acordo com o diretor técnico do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Mattheus Pizzinatto Yeda, o setor ainda enfrenta desafios importantes, como o custo elevado para produzir as flores.

“O desempenho do primeiro semestre foi bom, mas o segundo começou um pouco mais desafiador. Os custos vêm aumentando muito, principalmente, dos insumos, como os combustíveis e fertilizantes. Então, o desafio maior é repassar este custo maior para o mercado e manter as vendas”.

Uma reação mais forte das vendas é esperada para novembro. Além de finados, as festas de final de ano e eventos movimentam o setor.

“Esperamos que de meados de novembro e dezembro, ocorra uma reação melhor. Durante a primavera há uma grande variedade de flores. Apesar do desafio do calor, que tem elevado o custo com a maior necessidade de climatização, elevando o consumo de energia elétrica”.

Os últimos dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) mostram que a produção de flores ocupa uma área de 2,5 mil hectares, envolvendo cerca de 500 produtores. As regiões em torno dos municípios de Andradas, Munhoz e Barbacena são destaques.

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