Política

Câmara abre novo processo para cassar Gabriel Azevedo

Poucas horas antes, denúncia contra presidente da Casa foi arquivada
Câmara abre novo processo para cassar Gabriel Azevedo
Gabriel Azevedo enfrentava processo de cassação por quebra de decoro na Câmara Municipal | Crédito: Bernardo Dias/CMBH

No mesmo dia em que arquivou um processo de cassação do presidente da Casa, Gabriel Azevedo (Sem Partido), a Câmara Municipal de Belo Horizonte decidiu abrir um novo processo de suposta quebra de decoro parlamentar contra o vereador.

Com votação nominal, a denúncia do vereador Miltinho CGE (PDT) foi aceita com 26 votos favoráveis, 14 contrários e 1 abstenção.

Na reunião de ontem, um sorteio definiu a comissão processante responsável pela apuração: Álvaro Damião (União), que vai presidir os trabalhos, Wanderley Porto (Patri), relator, e Cida Falabella (Psol). O grupo tem até 90 dias para concluir a apuração.

Segundo a denúncia de Miltinho CGE, Gabriel ofendeu sua honra durante entrevista à imprensa quando fez alusão à “prática de rachadinha” no seu gabinete. Segundo a argumentação do denunciante, isso teria sido uma “cortina de fumaça” para desviar o tema da entrevista, que seria o aumento do número de vereadores na cidade.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


O presidente da Câmara de BH reiterou que Miltinho CGE foi investigado por rachadinha, nepotismo e uso irregular do gabinete, tendo feito junto ao Ministério Público um acordo de persecução penal. “Isso é quando o acusado admite a culpa”, afirmou. Pelo acordo, segundo Gabriel, as partes negociam cláusulas a serem cumpridas pelo acusado, que, ao final, será favorecido pela extinção da punibilidade. Gabriel afirmou ainda que o novo processo é fruto da interferência do Executivo no Legislativo e reiterou que se trata de “uma farsa”.

Ao defender a abertura do processo, Bruno Miranda (PDT) afirmou que o delito foi ainda mais grave porque “foi diante da imprensa”. Ele salientou que a bancada do PDT está “constantemente sendo atacada e prejudicada pela conduta do presidente”. O 1º vice-presidente, Juliano Lopes (Agir), que conduziu a reunião, disse que Gabriel é o presidente mais autoritário que já conheceu e que impõe ao grupo o ritmo de votação que deseja.

Defesa

Entre os que defenderam a rejeição da denúncia, o argumento mais colocado foi o de que a cidade sairá perdendo com o processo e que a maior prejudicada será a população. Para Fernanda Pereira Altoé (Novo), existem caminhos mais adequados para resolver uma questão que “é de ofensa pessoal”. Braulio Lara (Novo) e Irlan Melo (Patri) disseram que há um grupo desrespeitado na Casa e que esse processo é uma “interferência clara” do prefeito Fuad Noman (PSD).

Marcela Trópia (Novo) pontuou o que chamou de desequilíbrio dos Poderes e defendeu que a obstrução faz parte do jogo democrático e é legítima. (Com informações da CMBH)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas