Agronegócio

Forrageiras mais adaptadas são solução para semiárido

Segunda etapa já vai ter teste de pisoteio animal
Forrageiras mais adaptadas são solução para semiárido
Quatro espécies de gramíneas já foram plantadas em Montes Claros, que sedia Projeto Forrageiras Semiárido | Crédito: Divulgação/Epamig

Com o objetivo de desenvolver, avaliar e identificar forrageiras que melhor se adaptem ao clima e às condições do semiárido, o Projeto Forrageiras para o Semiárido, que, em Minas Gerais, é desenvolvido em Montes Claros, no Norte do Estado, está em pleno andamento. Após uma seleção criteriosa que envolveu a análise de 30 espécies na primeira fase do projeto, foi iniciada a segunda etapa, onde serão analisadas as quatro opções de forrageiras de gramíneas anuais e perenes selecionadas. 

O objetivo é encontrar as espécies que se adaptem bem ao clima e que possam ser adotadas pelos produtores da região – caracterizada pelos baixos índices pluviométricos – garantindo a alimentação animal.

A pesquisa é realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) –  por meio do Instituto CNA -, Sistema Faemg Senar, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros.

De acordo com a consultora de campo do Instituto CNA, Alenilda Carvalho de Novais, o plantio das quatro espécies de gramíneas da segunda fase já foi feito.

Nesta etapa, foram plantadas as espécies BRS Paiaguás, BRS Piatã, Capim-buffel e Massai, que apresentaram melhor resiliência e maior produtividade na primeira fase do projeto, iniciado em 2017. As cultivares passarão pelo teste de pisoteio animal na Unidade de Referência Tecnológica (URT).

Cada variedade ficará em piquetes separados, onde receberão seis animais cada, em sistema rotacionado. Os testes serão realizados nos períodos de chuvas e seca. Antes da entrada dos animais, no caso de Montes Claros a bovinocultura de corte, os pesquisadores irão analisar, entre outros indicadores, a capacidade de suporte do pasto e a compactação do solo.

“Nossa expectativa é, ao final do projeto, validar para os produtores as variedades mais resilientes à seca e mais adaptadas à região semiárida na condição de pisoteio animal. Esperamos obter resultados no desempenho de ganho de peso dos animais e que também sejam resilientes à seca. Produzir no semiárido tem como maior desafio a irregularidade de chuvas e a má distribuição dos volumes pluviométricos”, explicou a consultora.

Ainda segundo Alenilda, a estimativa é ampliar o cardápio de forrageiras melhores adaptadas ao semiárido, o que é essencial para que os produtores da região convivam melhor com a seca e possam desenvolver a atividade de forma mais competitiva e segura. Após a instalação do projeto e validação dos primeiros dados para fazer a recomendação do uso e do manejo das forrageiras, foi disponibilizado um aplicativo que auxilia o produtor na tomada de decisão – chamado Cardápio Forrageiro.

“A partir do projeto iniciado em 2017, foi ampliado o número de opções através de um cardápio forrageiro para o semiárido, que pode ser acessado por aplicativo. Nele, o produtor consegue planejar a alimentação do rebanho. O aplicativo indica qual a disponibilidade de forragem no espaço cultivado, quantifica a oferta em áreas nativas e a demanda do rebanho”, detalhou.

A criação do Projeto Forrageiras veio após a identificação de problemas comuns junto aos produtores do Norte de Minas, que convivem com a seca. Dentre os problemas enfrentados estão as dificuldades de alcançar melhores números de produtividade, perda de capim e prejuízos constantes para refazer o pasto.

Além de Montes Claros, os estudos são desenvolvidos em outras 11 Unidades de Referência Tecnológica (URTs), que estão instaladas na região Nordeste do País, também em áreas representativas do semiárido brasileiro.

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