Agronegócio

Liberação de crédito rural para Minas registra crescimento de 41%

De julho a outubro do PAP 2022/23, Estado já recebeu R$ 21,13 bilhões; maior demanda é para linha de custeio
Liberação de crédito rural para Minas registra crescimento de 41%
Só em outubro, café demandou volume de crédito de R$ 1 bi; cultura sofreu com intempéries | Crédito: Divulgação

Ao longo dos primeiros quatro meses do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2022/23, Minas Gerais já demandou 41% a mais de recursos para aplicação na agricultura e pecuária. Ao todo, foram desembolsados para o Estado R$ 21,13 bilhões, ante R$ 15,01 bilhões liberados entre julho e outubro do ano passado. Entre as linhas disponíveis no crédito rural, a mais demandada foi a de custeio, que encerrou o primeiro quadrimestre da safra com alta de 74,4% e desembolso de R$ 13,3 bilhões.

De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o valor total já liberado para Minas Gerais representa 14% do desembolso nacional, que já está em R$ 153,74 bilhões e apresenta aumento de 27%. Entre julho e outubro de 2022, foram aprovados 93.257 contratos para o Estado – volume 3% maior que o registrado no mesmo período da safra passada.

Para a agricultura mineira foram desembolsados R$ 15,19 bilhões nos primeiros quatro meses da safra atual – aumento de 45% frente aos R$ 10,49 bilhões registrados entre julho e outubro de 2021. O número de contratos aprovados somou 48.547, ficando 26% superior ao registrado anteriormente.

Para a pecuária, os desembolsos já somam R$ 5,94 bilhões e estão 31% maiores. A aprovação de contratos caiu 13%, somando 44.710 liberações.

Na linha de custeio – a mais demandada -, os desembolsos para o Estado já somam R$ 13,13 bilhões e estão 74% maiores que os R$ 7,53 bilhões registrados em igual período do ano safra anterior. Ao todo, foram aprovados 46.786 contratos – aumento de 26%.

No caso da agricultura, foi verificada elevação de 79% na demanda pelos recursos da linha de custeio, aumentando os desembolsos para R$ 8,96 bilhões. A aprovação de pedidos chegou a 27.182 contratos – 29% maior.

Somente em outubro, a cultura que demandou maior volume de crédito foi o café, com um total de R$ 1 bilhão. No mesmo mês do ano anterior, a demanda da cultura era de R$ 758,41 milhões – alta de 32%. Ao longo de 2022, a cultura foi bastante prejudicada pelo clima, com a ocorrência de chuvas de granizo, geadas e seca.

Alta também foi verificada na demanda dos recursos de custeio para a cultura da soja. Em outubro, os desembolsos somaram R$ 257,7 milhões, ante R$ 128,6 milhões. A estimativa de aumento de produção pode justificar a maior demanda. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de soja 2022/23 deve crescer 3,7% e chegar a 7,8 milhões de toneladas em Minas.

Para a cultura do milho, o valor de custeio chegou a R$ 181,8 milhões, ante R$ 179,5 milhões.

Na pecuária foi registrado aumento de 65% na busca pelos recursos da linha de custeio. Nos primeiros quatro meses da safra 2022/23, o setor foi responsável pela tomada de R$ 4,17 bilhões em recursos para custear a produção. Foram aprovados 19.604 contratos – volume 22% maior.

No 10º mês do ano, a maior demanda veio da produção de bovinos, cujo desembolso somou R$ 664,7 milhões. Para suínos foram liberados R$ 31,82 milhões. A avicultura ficou com R$ 34,13 milhões.

A demanda pela linha de investimento se manteve estável nos primeiros meses da safra. Ao todo, já foram desembolsados para o Estado R$ 4,42 bilhões.

Do total, R$ 2,96 bilhões foram para investimentos na agricultura – valor 14% maior. Foram aprovados 20.174 contratos, ou seja, elevação de 21%.

A pecuária demandou R$ 1,46 bilhão da linha de investimento, demanda que ficou 19% menor que os R$ 1,80 bilhão liberados nos primeiros quatro meses da safra 2021/22. A aprovação de contratos caiu 30% e encerrou em 24.968 unidades.

Linha de comercialização

Em Minas Gerais, ao longo dos primeiros quatro meses da safra 2022/23, a demanda pelos recursos da linha de comercialização apresentou elevação de 9% frente ao mesmo período da safra passada. De julho a outubro, os desembolsos somaram R$ 2,48 bilhões.

Para a agricultura, as liberações ficaram 10% maiores e alcançaram R$ 2,36 bilhões. Foram aprovados 1.087 contatos, variação positiva de 39%.

Na pecuária, a demanda pelos recursos da linha de comercialização recuou 10% e encerrou o período em R$ 110 milhões. Já na liberação de contratos foi observada alta de 1%, somando 112 unidades aprovadas.

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