Chuvas de granizo geram perdas para o agronegócio

Regiões mais afetadas são Sul de MG, Zona da Mata e parte do Triângulo; levantamento está sendo atualizado pela Emater

11 de novembro de 2022 às 0h30

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As chuvas de granizo estão muito acima da normalidade | Crédito: Divulgação

As intempéries climáticas têm prejudicado a produção agrícola em Minas Gerais. Desde outubro, as chuvas de granizo tornaram-se mais frequentes e têm afetado os cafezais, os grãos, hortaliças e frutas. As regiões mais afetadas são o Sul de Minas, Zona da Mata e parte do Triângulo. Para auxiliar os produtores e mensurar as perdas, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) está em campo levantando os prejuízos. Com novas chuvas de granizo registradas nesta semana, o estudo está em atualização e deve ser divulgado nos próximos dias.

De acordo com o coordenador técnico estadual da Emater-MG, Willem de Araújo, as chuvas de granizo são comuns nesta época do ano, porém, a ocorrência está muito acima da normalidade e vem causando diversos prejuízos:  “As chuvas de granizo são típicas da primavera/verão, só que não nessa frequência elevada que estamos registrando em 2022 e atingindo diversas regiões do Estado”.

No Sul de Minas, os municípios mais afetados são Campos Gerais, Cabo Verde, Andradas, Alfenas, Passos e Campestre.Também foi registrado granizo em Sacramento e Uberaba, entre outras cidades do Triângulo. Mais recentemente, a Zona da Mata foi atingida pela intempérie, sendo que Piraúba teve mais estragos nas lavouras A estimativa é que a cafeicultura tenha sido a cultura mais afetada, mas houve também áreas de grãos e hortaliças.

“O café, neste época do ano, está em uma fase crítica porque é o período de frutificação da planta. Se houve queda dos frutos devido ao granizo, há perda da produção da planta. Dessa forma, o produtor corre o risco de não ter a produção no próximo ano. Em casos mais graves, pode ser necessário podar a planta e o produtor fica sem a colheita por dois anos. É uma situação social e econômica grave. É importante lembrar que a cultura, em algumas áreas, também enfrentou geadas e seca”, analisou Araújo.

O granizo também afetou áreas de soja, milho e feijão. “Nesse caso, diferente do café, o produtor consegue plantar novamente. É um prejuízo econômico, mas, ainda é possível semear e ter a produção”, explicou o técnico. Nas plantações de hortaliças, o granizo danifica muito as folhosas, tomate e  couve-flor. Normalmente, essas culturas têm áreas menores e houve registros principalmente na Zona da Mata.

Pronaf

A orientação do coordenador da Emater-MG é que o produtor afetado e que tenha contrato de crédito através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) procure a instituição financeira para ter acesso à indenização. Para os que possuem seguro, também é preciso buscar auxílio junto às seguradoras. Os demais produtores, que não têm seguro, devem buscar auxílio junto aos sindicatos rurais e a Emater. 

“Será preciso analisar as situações para ver o que pode ser feito. É importante que o produtor busque auxílio para ter uma avaliação dos danos antes de tomar as decisões, que se tomadas de forma errada, podem aumentar os prejuízos. A situação ainda é complexa, já que ainda existem previsões de novas ocorrências de granizo”.

Faemg

O sistema Faemg também está monitorando os estragos da chuva de granizo no início desta semana em algumas regiões do Estado. A assessora econômica do Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, explica que a entidade está em articulação com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Emater-MG e a Emater-MG para reativar parceiras. “Os eventos climáticos têm acontecido recorrentemente. Isso acontece, mas precisamos estar em alerta e buscar mecanismos de riscos”, pondera ela.

Uma das demandas do setor produtivo para o governo estadual é a subvenção ao seguro rural que é mitigador de risco aos produtores – como o antigo Minas Mais Seguro – e a criação de um fundo de defesa, que auxilie também. “A subvenção é um pleito constante do nosso setor e é muito importante assim com o fundo de defesa. Então, são pleitos que foram renovados junto ao governo”, reitera. 

No âmbito das chuvas de granizo que já aconteceram, foi solicitado à Emater auxílio  na elaboração de laudos técnicos para os produtores. Este é o primeiro passo para o produtor rural pleitear a prorrogação ou renegociação de operações de crédito:  “Estes laudos, sejam individuais ou coletivos, vão auxiliar os sindicatos nos pleitos e para que as prefeituras possam, em caso de necessidade, decretar emergência ou calamidade”.

A Faemg reitera a mesma orientação feita pela Emater-MG: os produtores também devem comunicar as perdas às instituições financeiras, quando tiver crédito rural contratado ou as seguradoras. 

“Um ponto de alerta que vamos trabalhar é junto ao produtor que não tem seguro ou não contratou o crédito rural. Será analisada cada situação e vamos acompanhar, dando suporte aos sindicatos e buscando estratégias para o entendimento”.

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