Pesquisa aponta maior qualidade de safra em 2018

O Brasil colheu em 2018 a maior safra de café da sua história, o que permitiu ao País obter um volume equivalente a 61,66 milhões de sacas de 60 quilos (kg), com produtividade média de 33,07 sacas por hectare, em uma área de cultivo de 1,86 milhão de hectares. A propósito desse expressivo desempenho, também foi constatada uma melhoria bastante significativa na qualidade dos Cafés do Brasil nessa safra.
A melhoria observada na qualidade da safra 2018 foi verificada por meio de uma pesquisa comparativa com a safra 2017, que foi realizada com cafeicultores dos seis principais estados produtores de café, que são, por ordem decrescente, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia e Paraná.
A referida pesquisa aplicou um questionário e analisou estatisticamente as respostas de 280 cafeicultores, dos estados mencionados, sobre o “Desempenho da Produção e da Qualidade”, “Tecnologia de Colheita e Pós Colheita”, “Pragas e Doenças” e “Comercialização”.
Tal amostragem foi composta por 280 produtores, dos quais 93% de café arábica e 7% de café conilon, cujas áreas de cultivo dos respondentes somaram 18,427 mil hectares de café. Em geral, a qualidade dos cafés é avaliada com base em um conjunto de atributos, como aroma, sabor, corpo, acidez, adstringência, amargor, fragrância, entre outros, os quais influenciam e contribuem diretamente para a qualidade do produto. De acordo com os dados apurados pela pesquisa, constatou-se que “os resultados refletem o que tem se verificado nos diversos concursos de qualidade realizados no País. As informações fornecidas apontam um incremento significativo da qualidade”.
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Mencionado estudo, que se deu na forma da Pesquisa Safra Cafeeira 2018, foi realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA e CaféPoint, nos meses de outubro e novembro de 2018. Essas instituições patrocinadoras da pesquisa, nas suas análises e avaliações, também atribuem a melhoria verificada, ao comparar a safra de 2018 com 2017, às boas condições meteorológicas existentes durante o período de colheita, quando não houve ocorrência de chuvas que comprometessem os resultados qualitativos.
Assim, do universo de entrevistados que participaram da pesquisa, 68% afirmaram que a qualidade do café colhido em 2018 foi melhor do que a de 2017, e, em contraponto, 23% afirmaram que a qualidade permaneceu igual e, ainda, apenas 9% declararam que a produção de 2018 teve qualidade pior do que a safra colhida anteriormente.
Perfil tecnológico – Nesse contexto, vale destacar que, com relação às tecnologias de colheita e pós-colheita, os resultados da pesquisa permitiram estabelecer, de certa forma, um perfil tecnológico dos cafeicultores, pois, especificamente em relação à colheita, a técnica de derriça manual e colheita com derriçadora acoplada ao corpo foram responsáveis por 62% das respostas, com 31% cada uma delas. A colheita mecanizada correspondeu a 27% dos apontamentos e a colheita manual seletiva foi responsável por 11%.
Quanto à adoção de tecnologias de secagem pelos cafeicultores, as quais influenciam diretamente a qualidade do café, constatou-se que os terreiros de cimento ou asfalto foram responsáveis por 44,2% dos apontamentos da Pesquisa Safra Cafeeira 2018. Na sequência, secadores mecânicos corresponderam a 30,4% das respostas. O terreiro suspenso ocupou a terceira posição, com 12% dos apontamentos, e outros 13,4% foram divididos entre as estufas e terreiro de chão batido. (Com informações da Embrapa).
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