Agronegócio

Preços globais do café despencam após Trump remover tarifas sobre Brasil

Maior produtor e exportador de café, o Brasil fornece aos Estados Unidos cerca de um terço de seus grãos
Preços globais do café despencam após Trump remover tarifas sobre Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Londres – Os preços globais do café caíam nesta sexta-feira depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, removeu as tarifas de 40% sobre as importações do produto brasileiro.

Os preços de varejo do café nos EUA marcaram uma alta anual de 40% em setembro, em parte devido às tarifas. O aumento dos preços dos alimentos é um dos principais fatores que explicam a queda dos índices de aprovação de Trump para o nível mais baixo desde seu retorno ao poder, segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos.

A medida tomada por Trump durante a noite segue uma ordem semelhante anunciada na última sexta-feira (14) para reduzir as tarifas sobre o café e vários outros produtos dos países produtores.

O Brasil, maior produtor e exportador de café, fornece aos Estados Unidos, o maior consumidor do mundo, cerca de um terço de seus grãos.

Por volta das 10h30 (horário de Brasília), os futuros do café arábica na bolsa ICE, usados como referência para o preço físico em todo o mundo, caíam 4,3%, para US$3,6040 por libra-peso, depois de terem caído mais de 6% anteriormente, atingindo mínimas de dois meses.

Os preços futuros dos grãos de café robusta, normalmente usados na fabricação de café solúvel e em misturas para o torrado e moído, caíam também mais de 4%, a US$4.415 por tonelada métrica no mesmo horário, depois de terem caído 8% anteriormente.

“Precisamos que o mercado digira isso. Mais queda? Talvez, mas não acredito que desceremos abaixo de US$3/lb. No mínimo, eu seria um comprador em qualquer queda do mercado decorrente dessas notícias”, disse um trader baseado na Europa de uma importante casa de comércio global de café.

Ele explicou que a safra global de arábica ainda está deficitária, os estoques certificados e os estoques do setor estão baixos, o setor está com falta de oferta e precisa comprar e ainda há riscos de oferta ligados ao fenômeno climático La Niña.

Além das tarifas, os negociantes também estavam tentando avaliar os danos causados pelas enchentes e deslizamentos de terra na região cafeeira do Vietnã, o maior produtor de robusta, onde o número de mortos até quinta-feira era de 41.

Um corretor de café sediado em Londres disse que o mercado havia reagido de forma um pouco exagerada à reviravolta das tarifas de Trump, uma vez que ela era, até certo ponto, esperada. “(A medida) pareceu chocar mais do que provavelmente deveria”, disse ele.

Reportagem distribuída pela Reuters

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas