Agronegócio

Rota Turística do Café do Cerrado Mineiro será lançada

Os turistas poderão visitar fazendas produtoras e vivenciar a rotina da produção dos cafés especiais da Região do Cerrado Mineiro
Rota Turística do Café do Cerrado Mineiro será lançada
Elesandra Beloni, gerente da Fazenda Santa Cruz da Vargem Grande, está animada com ação | Crédito: Arquivo Pessoal/Elesandra Beloni

Em Minas Gerais, os apreciadores do café poderão conhecer a produção in loco. No dia 31 de outubro, será lançada, em Patrocínio, a Rota do Café do Cerrado Mineiro, primeira região produtora a conquistar a Denominação de Origem (DO) de cafés do Brasil. O roteiro turístico tem o objetivo de proporcionar aos visitantes a experiência de vivenciar a produção dos cafés de excelência. Além disso, é uma oportunidade para conhecer todo o processo de inovação e tecnologia utilizado pelos produtores locais.

As expectativas são positivas e haverá um amplo trabalho de divulgação da nova rota. O lançamento nacional será no Festuris Gramado – um dos maiores eventos turísticos da América Latina -, que acontecerá de 9 a 12 de novembro, no Rio Grande do Sul.

Conforme explica o gerente do Sebrae Minas regional Noroeste e Alto Paranaíba, Marcos Geraldo Alves, a região do Cerrado Mineiro é uma área de produção de café relativamente jovem. No ano passado, a região completou 50 anos. Mesmo com a pouca idade – frente às outras áreas do Brasil -,  a região se tornou, então, uma referência em qualidade e produtividade. Isso aconteceu através de inovação, tecnologia e sustentabilidade.

“O café do Cerrado conseguiu, assim, atrair os olhos dos principais mercados globais do grão. Fazendo com que, naturalmente, existisse um fluxo turístico de negócios na região em busca dos melhores cafés. Toda essa construção fez com que algumas cidades assumissem destaques importantes, como Patrocínio, que é o principal município brasileiro produtor de café”.

Potencial do café do cerrado vai fomentar o turismo

Alves explica que é oportuno para o turismo ter o Brasil, Minas Gerais e Patrocínio como os maiores produtores de cafés do mundo. Isso porque devido à produção e excelência dos cafés já há um fluxo gerado pela demanda.

“Por isso, é natural a estruturação de uma rota turística para profissionalizar o fluxo de quem já vem em busca dos produtos, mas que queira se apropriar e aproveitar das demais experiências, além da aquisição do café. Podemos transbordar toda essa experiência – gastronomia atrelada ao jeito de ser do mineiro e da forma de se produzir na região do Cerrado Mineiro – para que seja acessível a mais pessoas que também são apaixonadas pelo café e gostariam de conhecer a região”, explicou o gerente do Sebrae Minas, Marcos Alves.

Estrutura

Para atender aos turistas e criar a rota foi feita a estruturação de um grupo de propriedades rurais, restaurantes, cafeterias e hotéis, proporcionando uma experiência completa aos visitantes. 

 “Cada propriedade tem nicho e um foco específico para receber o visitante que é apaixonado pelo café. Isso também está vinculado dentro de uma jornada que conversa com os segmentos de hotéis, restaurantes e cafeterias. Assim, há uma experiência completa, da planta na lavoura até a xícara do café, com todas as experiências relacionadas à gastronomia, o que melhor existe para harmonização e, também, conhecendo o jeito de receber do produtor e como aquele produto é possível atingir a excelência”. 

Para os amantes do café, todo o roteiro será disponibilizado a partir do lançamento da Rota Turística do Café do Cerrado Mineiro, que acontece nesta terça-feira (31), em Patrocínio e, em 9 de novembro, em Gramado. 

“A partir do lançamento, o turista que queira conhecer e vivenciar a experiência da produção na região poderá conhecer todas as opções no site da Região do Café do Cerrado”.

O roteiro do Café do Cerrado

A princípio, os turistas poderão visitar quatro fazendas produtoras. Na Fazenda Agro Nunes (Nunes Coffee Tour & Cupping Café) haverá visita guiada, cupping e degustação do famoso Café Gesha junto ao cafezal.

Já na Fazenda Bela Vista (Alado Coffee), além da visita guiada, há degustação e um  café com quitandas mineiras. Na Fazenda Rainha da Paz, os turistas farão uma visita guiada, seguida do Tramonto e Drink Café com degustação harmonizada de cafés especiais ao pôr-do-sol.

Na Fazenda Santa Cruz da Vargem Grande – AgroBeloni – a programação é um tour café e natureza. Há visita guiada, degustação de cafés junto à mata nativa e nascente  e a experiência do plantio de árvores. 

O roteiro conta ainda com a Cafeteria Dulcerrado by Expocacer. Onde é oferecida uma visita guiada  e um workshop de métodos de preparo de cafés, assim como, degustação harmonizada com produtos regionais.

A Coffee Roaster Porto Feliz faz o receptivo especializado. Há uma visita à torrefação e degustação sensorial e harmonizada de cafés especiais, além de oferecer roteiros e passeios.

“É o início de um projeto e a ideia é construir um modelo de negócio que possa ter um crescimento sustentável. As fazendas têm como principal expectativa de resultado, além da venda do café, receber os visitantes e abrir suas porteiras para os turistas vivenciarem a experiência do dia a dia da produção do café na região do Cerrado Mineiro”. 

Resultados esperados

Conforme explica o gerente do Sebrae Minas regional Noroeste e Alto Paranaíba, Marcos Geraldo Alves, o desdobramento para a região que produz o café com extremo rigor sustentável, muita inovação em tecnologia e excelência na qualidade, é movimentar a economia local, estimulando, assim, o envolvimento na cadeia de valor do café com bares, restaurantes e outros negócios voltados para atender a demanda dos consumidores. 

“Com a Rota é esperado um efeito de transbordamento de um círculo virtuoso que possa fazer com que, além da riqueza do café em si, outros negócios, especialmente, os pequenos negócios possam se apropriar também de toda a riqueza instalada”.

Região do Cerrado Mineiro foi a primeira a conquistar DO de cafés do Brasil pelo Inpi | Crédito: Divulgação Sebrae Minas

Na Fazenda Santa Cruz da Vargem Grande, a visita vai além do café do cerrado

Entre as unidades produtoras que poderão ser visitadas está a Fazenda Santa Cruz da Vargem Grande – AgroBeloni, em Patrocínio. A unidade foi a primeira a obter a certificação internacional de agricultura regenerativa, do Regenagri®, no mundo. O programa internacional visa garantir a saúde da terra e o cuidado com quem nela vive.

De acordo com a gestora de qualidade de cafés especiais da Fazenda Santa Cruz, Elesandra Aparecida Machado Beloni, os turistas terão uma experiência exclusiva na unidade.

Além de conhecer toda a produção do café, na AgroBeloni os visitantes também terão uma imersão na natureza do bioma Cerrado. Podendo, então, conhecer diversas outras culturas, como batata, cebola, trigo, soja, milho, entre outras. 

“Nossa fazenda tem uma particularidade frente às outras três que compõem a rota, isso, por temos multi culturas. Vamos mostrar como é nossa produção de café, a tecnologia e os cuidados aplicados. Mas, o visitante também poderá conhecer a bataticultura, a produção de cebola e trigo”.

Conforme Elesandra, a criação da Rota do Café do Cerrado Mineiro é importante para que os visitantes conheçam como é a produção. Também é esperado aumento na movimentação da economia da região, gerando, assim, maior visibilidade ao Café da Região do Cerrado.

“Além das fazendas, há uma estrutura para atender os turistas, como hotéis e restaurantes. Na nossa fazenda, vamos mostrar a agroindústria do Cerrado, a importância da produção, como ela acontece dentro da propriedade e como fazemos dentro da porteira. Assim, vamos mostrar as tecnologias e a produção sustentável, o que é importante para levar mais conhecimento para o pessoal da cidade”.

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