Café da AgroBeloni recebe certificação de sustentabilidade

25 de fevereiro de 2022 às 0h30

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Primeira venda da safra certificada, segundo Beloni, será neste ano, com produção colhida em maio | Crédito: Divulgação/AgroBeloni

Em busca de uma produção agrícola mais sustentável, a empresa de multicultivos AgroBeloni investiu, ao longo dos últimos anos, na agricultura regenerativa. Na produção de café, a empresa conquistou a certificação de agricultura regenerativa Regenagri®, programa internacional, que visa garantir a saúde da terra e o cuidado com quem nela vive. Primeira a obter a certificação de agricultura regenerativa para o café no mundo, a empresa mineira espera bons resultados. A primeira comercialização da safra certificada será em 2022 e é esperada maior agregação de valor ao produto.

A conquista da certificação também é um estímulo para que outros cafeicultores invistam na agricultura regenerativa e tornem a cafeicultura cada vez mais sustentável.

De acordo com um dos sócios da AgroBeloni, Fernando Beloni, duas fazendas da empresa foram certificadas: a fazenda Santa Cruz da Vargem Grande, em Patrocínio, e a Fazenda Horizontina, em Coromandel. Beloni explica que a implantação da agricultura regenerativa demandou recursos na ordem de R$ 1 milhão, incluindo a construção de uma biofábrica para atender à demanda e também de um sistema de compostagem.

“Nós começamos a investir na agricultura regenerativa há quatro anos. Primeiro investimos na compostagem, depois na cobertura de solo e nos insumos biológicos. Além do café, também temos produções de batata, cebola e grãos. O pedido para certificar nosso processo veio após conversa com compradores franceses, quando contamos que nosso café era da agricultura regenerativa e eles perguntaram sobre certificação. A partir daí, encontramos a empresa britânica Control Union e, em menos de seis meses, estávamos certificados”, explicou.

A  agricultura regenerativa, segundo Beloni, é uma nova forma de olhar a agricultura buscando melhorar o equilíbrio, reestruturando o solo e melhorando a biodiversidade presente. Dentre as ações adotadas estão algumas bastante importantes, como evitar ao máximo revolver o solo e manter a cobertura vegetal com plantas, que, além de proteger de erosão e do calor, também ajudam a atrair inimigos naturais para reduzir a incidência de pragas e doenças. 

“Ao manter a cobertura do solo com plantas ideais, é possível reduzir as pragas e doenças, reduzindo a aplicação de defensivo. O solo recoberto e com plantas de cobertura também exige menor uso de fertilizantes químicos pelo uso mais intensivo do orgânico, que, na nossa produção, hoje, é a maior parte. Além disso, o orgânico melhora ainda mais a qualidade do solo”, disse.

O uso de insumos biológicos também é importante. A empresa construiu uma fábrica de biológicos onde faz vários tipos e aplica no solo e nas plantas. “Com os biológicos, temos alguns objetivos como melhorar o equilíbrio com aumento dos micro-organismos na planta e também no solo. Usamos alguns também para combater pragas e doenças”.

A correção do solo é feita de forma diferente. “Mudamos o processo, evitando os produtos químicos e aplicando corretivos que vêm de rochas naturais, como o calcário e outras fontes naturais. Estes produtos possuem mais quantidade de nutrientes que os químicos”, afirmou.

Vantagens vão de maior qualidade a redução de emissões

Com toda a mudança de processo, as vantagens da agricultura regenerativa são muitas, com destaque para a redução do uso de insumos químicos, produção de alimentos com melhor qualidade, diminuição dos custos produtivos, equilíbrio do bioma e redução das emissões de carbono.

A certificação conquistada na produção de café da empresa em Minas é vista como um grande avanço e mostra que é possível e importante produzir com sustentabilidade, equilíbrio e preservação do meio ambiente.

“Essa primeira certificação mundial é um orgulho para a AgroBeloni. É o compromisso de avançar ainda mais no caminho da sustentabilidade e da produção consciente pela preservação e equilíbrio da agricultura com o meio ambiente”, disse o diretor da produção cafeeira, Fernando Beloni.

Em relação aos resultados, as expectativas são positivas. Desde a conquista da certificação, Beloni tem recebido diversos contatos de compradores de várias partes do mundo interessados no café. 

“Nossa primeira safra certificada começa a ser colhida em maio e esperamos conseguir agregar valor ao produto”. 

Além disso, o reconhecimento é um estímulo para que outros cafeicultores invistam no processo. A Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer), que tem Beloni como associado, está montando um grupo de produtores que têm interesse na agricultura regenerativa.

“Esta iniciativa é muito importante e vai ajudar a melhorar a imagem da agricultura brasileira no mundo. A imagem que existe hoje não condiz com a realidade. Temos muita gente consciente e trabalhando para uma produção sustentável”, disse.

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