Safra de café cresce 32,1% e chega a 29 milhões de sacas em Minas Gerais

Minas Gerais colheu 29 milhões de sacas de 60 quilos de café na safra 2023, representando, assim, 52,63% da produção total de café no País. O volume produzido nas lavouras mineiras representa um aumento de 32,1% em comparação com o total colhido na safra anterior. Mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras, o desempenho das lavouras mineiras apresentou um crescimento de 24,2% na produtividade, resultado da recuperação dos cafezais.
Conforme o 4º Levantamento da Safra de Café 2023, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o aumento de 32,1% no volume total colhido de café em Minas Gerais é justificado pelo aumento de 6,3% na área em produção e pelo ganho de 24,2% na produtividade. Além disso, houve uma grande melhora nas condições das lavouras após as últimas safras, que foram caracterizadas por climas adversos.
Quanto ao Brasil, a produção total de café atingiu 55,1 milhões de sacas beneficiadas, portanto, um crescimento de 8,2% em relação ao ciclo de 2022.
Ao longo de 2023, a área produtiva de café no Estado foi de 1,08 milhão de hectares, expansão de 6,3%. Quanto à produtividade, o rendimento médio por hectare chegou a 26,8 sacas, representando, então, um aumento de 24,2%.
Recuperação dos cafezais
A analista de agronegócio do Sistema Faemg/Senar, Ana Carolina Gomes, explica que a alta produção em 2023 é resultado da recuperação dos cafezais que foram atingidos por intempéries climáticas nos anos anteriores.
“A safra de café em 2023 é maior que a do ano passado, mas, o aumento, é reflexo das áreas atingidas pelas geadas em 2021 que agora se recuperaram e voltaram à produção na safra atual. Assim, consideramos uma inversão de ciclo. A safra de 2023 seria de baixa produção, mas inverteu e foi de alta. O principal motivo foi a retomada das áreas que estavam em recuperação na última safra”.
No Estado, a maior parte da produção é do café arábica. Em 2023, o volume colhido foi de 28,6 milhões de sacas de 60 quilos, um aumento de 32,8% frente a 2022. A safra mineira vai responder por 73,52% do volume de arábica nacional, que será de 38,9 milhões de sacas. Já para o conilon, a colheita retraiu 8,8% e a produção encerrou a safra em 355,5 mil sacas.
Regiões produtoras
Dentre as regiões produtoras, o maior volume está concentrado no Sul e Centro-Oeste de Minas Gerais. Conforme a Conab, a colheita foi de 13,5 milhões de sacas, volume 40,8% superior. Na região, houve um incremento de 24,2% na produtividade, que chegou a 26,8 sacas por hectare. A área em produção, 533,2 mil hectares, ficou 7,4% maior.
Alta expressiva também na região do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste. A safra cresceu 80,7%, alcançando, assim, 7,5 milhões de sacas. A produtividade e a área ficaram maiores em 64,6% e 9,8% respectivamente. A média colhida por hectare ficou em 38 sacas por hectare enquanto a área em produção foi de 199,4 mil hectares.
Nas regiões Norte, Jequitinhonha e Mucuri, a produção de café arábica chegou a 887,5 mil sacas, superando em 10,4% o volume da safra anterior. A área em produção, 28,2 mil hectares, foi 5,5% maior. Houve um avanço de 4,7% na produtividade, gerando, então, um rendimento médio de 31,4 sacas por hectare.
Ao contrário das demais regiões, na Zona da Mata, Rio Doce e Central houve queda de 4,6% na colheita do café. A região produziu 7 milhões de sacas. No período, a produtividade média caiu 7,2% e chegou a 21,8 sacas por hectare. A área em produção, 321,4 mil hectares, cresceu 2,8%.
Em Minas Gerais, clima deve afetar safra 2024 de café
As expectativas apontam para uma provável queda na safra 2024 de café. Conforme a analista de agronegócio do Sistema Faemg/Senar, Ana Carolina Gomes, o clima tem impactado as lavouras e pode haver perdas.
“Estamos preocupados com as safra 2024. As condições climáticas negativas estão agindo novamente. As ondas de calor registradas e as baixas precipitações têm marcado o período. Antes, tínhamos chuvas abundantes em outubro, novembro e dezembro. Então, as altas temperaturas e a baixa precipitação impactam as plantas, que não conseguem ter um bom vigor”.
Ainda segundo Ana Carolina, já há relatos de produtores identificando uma queda maior que a esperada dos “chumbinhos”. “Estamos com uma queda mais elevada dos chumbinhos, é um fator preocupante. Diante do cenário, em 2024, teremos uma safra menor de café”.
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