Acordo global para compensar Mariana pode totalizar R$ 167 bi, indica Alexandre Silveira
Rio de Janeiro – A Vale, BHP e Samarco poderão fechar um acordo global de reparação e compensação pelo rompimento de barragem em Mariana que envolveria pagamentos totais de R$ 167 bilhões, incluindo dinheiro novo, obras a cargo das mineradoras e pagamentos já realizados, disse nesta segunda-feira (16) o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
“Agora nós chegamos a R$ 100 bilhões de dinheiro novo, e se falava em R$ 49 bilhões em 2022…”, disse Silveira, em entrevista à rádio Itatiaia.
A fala do ministro confirma reportagem da Reuters publicada com base em fontes com conhecimento do assunto, no início do mês, de que os recursos novos somariam R$ 100 bilhões, em acordo esperado para outubro.
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Procurada, a BHP reiterou que segue em negociações com autoridades públicas em busca de um acordo definitivo que garanta uma reparação justa e integral aos atingidos e ao meio ambiente.
Vale e Samarco não responderam imediatamente, mas têm reforçado também o compromisso com as negociações e com a reparação.
O montante é superior aos R$ 82 bilhões de novos recursos a serem pagos para compensar o desastre, ofertados na última proposta feita pelas companhias, em junho.
Além disso, o ministro afirmou que as negociações atualmente preveem que as companhias empenhem R$ 30 bilhões para executar obrigações que permanecerão sob responsabilidade das mineradoras. Na proposta anterior, a previsão era de aporte de R$ 21 bilhões nessas atividades, que previam por exemplo a retirada de rejeitos do rio Doce.
“Inclusive, desses R$ 30 bilhões, (estão previstos) recursos para indenizar novas 250 mil famílias e o presidente Lula tratou esse assunto pessoalmente; o recurso era entre R$ 18 mil por família, nós passamos para R$ 30 mil e o acordo é muito possível que se dê este ano”, afirmou.
As companhias também dizem ter investido cerca de R$ 37 bilhões em ações compensatórias e indenizatórias, desde o rompimento até junho.
O colapso de uma barragem da Samarco, em Mariana, ocorreu em novembro de 2015 e deixou 19 mortos, centenas de desabrigados, ao atingir florestas, comunidades e rios, incluindo o Doce, que deságua no litoral do Espírito Santo.
As negociações envolvem diversas instituições de Justiça, poder público, ministérios públicos federal e estaduais (MG e ES), bem como defensorias públicas da União, Minas Gerais e Espírito Santo, representando as comunidades atingidas. (Conteúdo distribuído pela Reuters)
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